Manuel Magrinho (à esquerda) e Miguel Morão
são dois dos investigadores envolvidos no projecto
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Tratamento de efluentes industriais
Investigadores da UBI desenvolvem projecto inovador
Tratar os efluentes da indústria têxtil
é o principal objectivo do estudo que está a ser desenvolvido. Por
enquanto, os trabalhos realizam-se à escala laboratorial, mas no futuro
podem ser aplicados a um nível industrial.
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Por Catarina Rodrigues
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"Este é um grande projecto de investigação
que está ser realizado na Universidade da Beira Interior". As palavras
são de Manuel Magrinho, docente na UBI e um dos investigadores do estudo
que está a ser realizado no âmbito do tratamento de efluentes industriais.
No projecto global estão envolvidos três Departamentos da UBI: Química,
Engenharia Têxtil e Engenharia do Papel.
No laboratório de química-física trabalha-se com eléctrodos
de diamante sintético e polímeros condutores. Estes novos materiais
são utilizados como eléctrodos no processo electroquímico.
O docente adianta que "o processo electroquímico é um processo
de oxidação e para isso são necessários potenciais positivos".
Os metais habituais, à excepção do ouro e da platina não
aguentam esses potenciais. Utilizar ouro ou platina seria "caríssimo
e incomportável", sublinha Manuel Magrinho. Os investigadores estão
assim a fazer experiências com materiais que possam substituir o ouro ou platina
nestes processos.
Miguel Morão, doutorando em Química na UBI é outro dos investigadores
deste projecto. "Os eléctrodos de diamante são muito eficientes
e destinam-se à degradação dos compostos orgânicos mais
difíceis que não conseguem ser eliminados por outros métodos,
nomeadamente pelos tratamentos biológicos". Morão avança
que estão a ser feitas optimizações sempre com vista a baixar
os consumos energéticos, "que são neste momento a parte mais
preocupante".
"Por vezes aparecem-nos certas moléculas que até foram criadas
com o objectivo de serem difíceis de destruir como é o caso dos corantes",
explica Miguel Morão. Os corantes são moléculas feitas para
resistir a vários factores. "Os microorganismos têm por isso dificuldade
em eliminar os corantes", acrescenta Morão. Nesse aspecto os tratamentos
electroquímicos podem ter um papel importante.
Neste momento os estudos estão a ser feitos numa escala laboratorial e a
aplicação prática ainda pode levar algum tempo. Até
agora tem sido utilizado o equipamento existente na UBI. "Estamos a conseguir
bons resultados, por isso espero que no futuro o projecto venha a ser implementado",
sublinha Manuel Magrinho.
Os dois investigadores trabalham há cerca de um ano e meio no projecto. "Temos
soluções de efluentes completamente sujas que conseguimos limpar quase
na totalidade, o que é muito bom", sublinha Magrinho.
Alguns dos resultados obtidos irão ser apresentados em breve num workshop
sobre eléctrodos de diamante, a ter lugar na Itália. Nessa altura
os investigadores da UBI irão apresentar algumas das conclusões alcançadas
com este estudo.
Segundo Manuel Magrinho o projecto realizado até aqui contou com a envolvência
da indústria local, através da Associação Nacional dos
Industriais de Lanifícios (ANIL).
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