A não atribuição de vagas
à licenciatura de Engenharia da Produção e Gestão Industrial
(EPGI) da UBI para o ano lectivo de 2003/2004 motivou protestos dos seus alunos
e licenciados da Associação de Antigos Alunos. No passado sábado,
dia 19, um grupo de ex-estudantes reuniu-se para discutir a actual situação
do curso e quais as medidas a tomar para combater aquilo que Fernando Santos, antigo
aluno de EPGI, classifica de "incompreensível".
"Como é que um dos cursos com mais saída da UBI pode abrir sem
vagas?", foi a questão deixada no ar por Fernando Santos.
Os licenciados em EPGI consideraram ser importante reunirem-se após a campanha
de sensibilização realizada pelo UBINEP - Núcleo de Estudantes
de Engenharia da Produção e Gestão Industrial. O trabalho do
UBINEP teve o seu culminar na entrega da exposição de protesto à
Governadora Civil de Castelo Branco, Maria Manuela Costa, com o objectivo que tal
documento chegue a Pedro Lynce, ministro da Ciência e do Ensino Superior.
"A reunião realizou-se durante o fim-de-semana, porque não existem
desempregados em EPGI", disse em tom irónico Fernando Santos. A posição
dos antigos alunos é firme. "Não vamos deixar esta questão
passar em branco" foi a frase de ordem.
O propósito dos ex-alunos é o reconhecimento do erro por parte de
Pedro Lynce em não atribuir vagas a EPGI. Pedro Rodrigues, licenciado em
EPGI, revela que "um dos passos seguintes de luta é uma reunião
com o ministro da Ciência e do Ensino Superior para se tentar a confissão
pública do erro cometido".
"Os nossos representantes de todos os quadrantes políticos da região
já manifestaram o apoio à nossa contestação", comentou
Pedro Rodrigues.
No dia 3 do corrente mês, os deputados do Partido Socialista eleitos pelo
círculo de Castelo Branco, José Sócrates, Cristina Granada
e Fernando Serrasqueiro, entregaram um requerimento ao presidente da Assembleia
da República a mostrar o seu descontentamento com a decisão de Pedro
Lynce, realçando a qualidade do curso de EPGI e a sua importância para
a Beira Interior. "Para além das competências técnicas,
importa hoje formar quadros capazes de gerir as empresas de forma eficiente. A licenciatura
de EPGI das UBI tem ao longo dos seus 14 anos contribuído de forma inquestionável
para o desenvolvimento do interior do País. Atestam-no os mais de 200 licenciados
nos últimos nove anos e as ofertas de emprego, que segundo o Gabinete de
Estágios e Saídas Profissionais da UBI, nos últimos três
anos, teve uma média aproximada de procura de três ofertas de estágio
para cada licenciado, sendo que cerca de 30 por cento se realizam em empresas da
região", consta num extracto do documento entregue.
Pouca apetência pelos alunos
Luís Carrilho, vice-reitor da UBI e docente do Departamento de Engenharia
Electromecânica, no qual se insere EPGI, também se mostra intrigado
com a decisão de ministro da Ciência e do Ensino Superior, principalmente
após a campanha de divulgação da Licenciatura pelo UBINEP
nas escolas secundárias da região. "Este ano os alunos esforçaram-se
por fazer uma divulgação, que foi apoiada pela UBI", conta
Luís Carrilho.
A criação de um site é um exemplo dos esforços do
UBINEP para inverter a diminuição de entrada de novos alunos em
EPGI. Os responsáveis do núcleo de estudantes lamentam que "todo
o trabalho que se teve tenha sido para nada".
"É um curso com saída, mas não tem apetência por
parte dos alunos", comenta o vice-reitor, apontando "a reestruturação
do curso privilegiando a área de gestão, no sentido de cativar"
como uma possibilidade futura.
Tanto Luís Carrilho como o UBINEP e a Associação dos Antigos
Alunos acreditam que no próximo ano a licenciatura vá ter novamente
atribuição de vagas.
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