Alice Tomé tem vários livros publicados
Alice Tomé, docente na UBI
"A poesia apareceu naturalmente na minha vida"

A actividade académica e a poesia preenchem a vida de Alice Tomé. Dividida entre Portugal e França, a docente da UBI conta já com várias obras publicadas.


Por Catarina Rodrigues


Alice Tomé, docente no Departamento de Sociologia da UBI divide a sua vida entre a actividade académica e o gosto pela escrita, nomeadamente pela poesia. "Comecei a escrever desde muito jovem e a poesia apareceu naturalmente na minha vida", conta.
Actualmente é colaboradora do Magazine Café Literário/ Andarilhos das Letras. A publicação teve início em Junho de 2001 em São Paulo, no Brasil e de dois em dois meses apresenta novos temas sobre literatura e debate.
Para além das publicações poéticas nas antologias POIESIS, a autora colabora em várias revistas electrónicas. Alice Tomé é ainda directora da Revista Anais Universitários - Ciências Sociais e Humanas, uma edição da UBI.
Na área da Educação e da Sociologia a docente conta com vários livros publicados e é coordenadora de obras como "Éducation au Portugal et en France. Situations et Perspectives", "Terra Vida Alma. Valongo do Côa e "Sociologia da Educação. Escola et Mores".
"Parece-me que chegou a altura de dizer que tenho outras vertentes que são inerentes à minha formação universitária", afirma. Alice Tomé inspira-se em várias temáticas como é o caso da educação, mas há poesias que são criadas para um efeito específico. Um exemplo disso é o último trabalho no Magazine Café Literário dedicado a Fernando Alves de Sousa, uma artista com várias obras feitas para a UBI, nomeadamente pinturas.
A docente considera a carreira de professora universitária "muito ingrata" devido à elevada carga horária. "Depois falta tempo para a investigação", lamenta. Alice Tomé afirma que neste momento já consegue conjugar a poesia com a vida profissional, "o que em tempos foi difícil".
Natural de Valongo do Côa, no concelho do Sabugal, Alice Tomé começou a dar aulas muito cedo. Antes de ir para França aos 23 anos, com o objectivo de "conhecer coisas novas", leccionou no ensino pré-primário, primário e no liceu da altura. Em França começou a dar aulas de Língua e Cultura Portuguesa numa altura em que se deu o "boom" do ensino para os luso-descendentes.
Foi isso que fez regressar a Portugal em 1993. Trabalhou durante um ano no Instituto Piaget e só em Novembro de 1994 ingressou no Departamento de Sociologia da UBI. Alice Tomé recusa assinalar diferenças existentes entre o ensino em Portugal e em França. "Não se podem comparar duas coisas que são completamente diferentes", frisa.

"Uma bilingue quase perfeita"

Alice Tomé continua a deslocar-se a França regularmente. No âmbito das Relações Internacionais e do programa Sócrates/ Erasmus, a docente da UBI e Teresa Carreira, docente na Universidade do Algarve deslocaram-se à Universidade de Rennes2, em França, no passado mês de Junho.
Leccionar disciplinas na área da Sociologia da Educação e desenvolver actividades científicas foram os principais objectivos da visita. Como membros associados do LADEC - "Laboratoire d' Analise du Développement des Espaces e Changements Sociaux", as docentes apresentaram algumas conferências nas áreas da "Emigração, Arte e Educação".
Alice Tomé considera que estas iniciativas são também uma forma de promover a Universidade da Beira Interior. A docente da UBI explica que o LADEC é "um laboratório de estudo da antropologia e sociologia que trabalha sobretudo na análise social da Europa, nas relações internacionais, sempre ligadas às questões europeias". A docente da UBI trabalha no domínio das questões sócio-educativas.
Alice Tomé considera-se uma "bilingue quase perfeita". Para a professora de sociologia ser bilingue é mais do que falar correctamente dois idiomas diferentes. "É também dominar os diferentes vectores culturais", termina.