Alice Tomé, docente no Departamento de
Sociologia da UBI divide a sua vida entre a actividade académica e o gosto
pela escrita, nomeadamente pela poesia. "Comecei a escrever desde muito jovem
e a poesia apareceu naturalmente na minha vida", conta.
Actualmente é colaboradora do Magazine Café Literário/ Andarilhos
das Letras. A publicação teve início em Junho de 2001 em
São Paulo, no Brasil e de dois em dois meses apresenta novos temas sobre
literatura e debate.
Para além das publicações poéticas nas antologias POIESIS,
a autora colabora em várias revistas electrónicas. Alice Tomé
é ainda directora da Revista Anais Universitários - Ciências
Sociais e Humanas, uma edição da UBI.
Na área da Educação e da Sociologia a docente conta com vários
livros publicados e é coordenadora de obras como "Éducation au
Portugal et en France. Situations et Perspectives", "Terra Vida Alma.
Valongo do Côa e "Sociologia da Educação. Escola et Mores".
"Parece-me que chegou a altura de dizer que tenho outras vertentes que são
inerentes à minha formação universitária", afirma.
Alice Tomé inspira-se em várias temáticas como é o caso
da educação, mas há poesias que são criadas para um
efeito específico. Um exemplo disso é o último trabalho no
Magazine Café Literário dedicado a Fernando Alves de Sousa,
uma artista com várias obras feitas para a UBI, nomeadamente pinturas.
A docente considera a carreira de professora universitária "muito ingrata"
devido à elevada carga horária. "Depois falta tempo para a investigação",
lamenta. Alice Tomé afirma que neste momento já consegue conjugar
a poesia com a vida profissional, "o que em tempos foi difícil".
Natural de Valongo do Côa, no concelho do Sabugal, Alice Tomé começou
a dar aulas muito cedo. Antes de ir para França aos 23 anos, com o objectivo
de "conhecer coisas novas", leccionou no ensino pré-primário,
primário e no liceu da altura. Em França começou a dar aulas
de Língua e Cultura Portuguesa numa altura em que se deu o "boom"
do ensino para os luso-descendentes.
Foi isso que fez regressar a Portugal em 1993. Trabalhou durante um ano no Instituto
Piaget e só em Novembro de 1994 ingressou no Departamento de Sociologia da
UBI. Alice Tomé recusa assinalar diferenças existentes entre o ensino
em Portugal e em França. "Não se podem comparar duas coisas que
são completamente diferentes", frisa.
"Uma bilingue quase perfeita"
Alice Tomé continua a deslocar-se a França regularmente. No âmbito
das Relações Internacionais e do programa Sócrates/ Erasmus,
a docente da UBI e Teresa Carreira, docente na Universidade do Algarve deslocaram-se
à Universidade de Rennes2, em França, no passado mês de Junho.
Leccionar disciplinas na área da Sociologia da Educação e
desenvolver actividades científicas foram os principais objectivos da visita.
Como membros associados do LADEC - "Laboratoire d' Analise du Développement
des Espaces e Changements Sociaux", as docentes apresentaram algumas conferências
nas áreas da "Emigração, Arte e Educação".
Alice Tomé considera que estas iniciativas são também uma
forma de promover a Universidade da Beira Interior. A docente da UBI explica que
o LADEC é "um laboratório de estudo da antropologia e sociologia
que trabalha sobretudo na análise social da Europa, nas relações
internacionais, sempre ligadas às questões europeias". A docente
da UBI trabalha no domínio das questões sócio-educativas.
Alice Tomé considera-se uma "bilingue quase perfeita". Para a
professora de sociologia ser bilingue é mais do que falar correctamente
dois idiomas diferentes. "É também dominar os diferentes vectores
culturais", termina.
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