Há três anos atrás, por iniciativa da Junta de Freguesia
de Caria, decorreu na piscina municipal daquela localidade um curso de nadadores-salvadores,
com o objectivo de que os utentes daquela infra-estrutura pudessem ir a banhos
tranquilos, pois haveria sempre quem se preocupasse com a sua segurança.
Foram vários os jovens que tiraram o curso e que logo nesse ano passaram
a "guardar" os banhistas daquele local, bem como da piscina municipal
de Belmonte e praia fluvial daquela vila.
Passados três anos, a Junta de Caria volta a ter um curso. O Instituto de
Socorros a Náufragos (ISN) está há quinze dias nas piscinas
a ministrar o curso de nadadores-salvadores, que é frequentado por cerca
de 20 pessoas. O objectivo é o de ver se quem tinha ficado com o cartão
de salvador, há três anos atrás, ainda tem aptidões
para isso (uma espécie de reciclagem obrigatória) mas também
dar a oportunidade aos jovens de tirar um curso que poderá ser posto em
prática em albufeiras, praias fluviais ou piscinas do País nas próximas
três épocas balneares. No concelho de Belmonte isso acontece. No
resto do distrito, nem por isso.
Num levantamento efectuado no ano passado, em doze piscinas do distrito, foi possível
verificar que apenas três tinham ao seu serviço nadadores-salvadores
(Belmonte, Caria e parque de campismo de Idanha-a-Nova). É certo que, segundo
a Lei, as piscinas não têm obrigação de ter ao seu
serviço nadadores-salvadores e que esse papel pode ser desempenhado por
vigilantes. Ou seja, a única obrigatoriedade que se poderá exigir
é em termos morais. Mas, todos os anos, as autarquias podem requerer ao
ISN este tipo de formação, já que este Instituto todos os
anos realiza cursos deste âmbito. Belmonte, ao que parece, tem sido uma
excepção.
"Entendidos" substituem profissionais
Depois de tirado o curso, não é ao ISN que compete colocar os nadadores-salvadores.
Estes, passados alguns dias, terão um cartão que os habilita como
tal e esperam ser contactados pelas concessionárias das infra-estruturas,
ou seja, quem detém a exploração de uma determinada piscina
ou praia-fluvial, na maior parte dos casos, na região, juntas de freguesia,
associações ou câmaras municipais. No ano passado, as piscinas
das Termas de Monfortinho, Zebreira, Castelo Branco, Penamacor ou Fundão
não tinham nenhum profissional ao serviço. Este ano o panorama muda
um pouco, mas opta-se, acima de tudo, por ter um responsável pela estrutura
que até é entendido na matéria. Ou seja, sabe nadar bem.
Em Penamacor, por exemplo, segundo o vereador da autarquia, António Cabanas,
as piscinas já abriram há duas semanas e são vigiadas por
"pessoas que sabem nadar bem, mas que não têm curso. Não
existem nadadores-salvadores aqui perto" explica o autarca. No entanto, Cabanas
salienta que a piscina tem bóias, equipamentos específicos de salvamento
e que para este ano houve inclusive o melhoramento da qualidade da água.
É que anteriormente, "as piscinas tinham altos níveis de cloro
que afectavam os utentes" afirma Cabanas. O autarca diz que serão
quatro meses de funcionamento e que nesse período não será
possível contactar nadadores-salvadores. Por isso, o ideal era "um
curso aqui perto. E alguns dos nossos funcionários tirarem-no. É
uma hipótese" explica António Cabanas.
No Fundão, segundo fonte da autarquia local, a piscina municipal de recinto
aberto, que abriu há três semanas atrás, tem ao seu serviço
quatro nadadores-salvadores. E a nova piscina que está em construção,
que será inaugurada no próximo dia 26 pelo Primeiro-Ministro Durão
Barroso, vai ter ao seu serviço três profissionais credenciados pelo
ISN, lá pelo mês de Setembro, altura em que está prevista
a abertura do recinto.
Em Idanha-a-Nova, segundo a autarquia local, o material de primeiros-socorros
está sempre presente nas piscinas municipais. Mas nadador-salvador não
há. No Parque de Campismo, aí sim, os bombeiros estão sempre
em vigilância, mas, fonte da Câmara adianta ao NC que "não
posso afirmar se têm curso ou não. São vigias". Quanto
a outras estruturas no distrito, o NC tentou saber mais informações,
mas até ao fecho da edição, tal revelou-se impossível.
*com Sandra Carvalho
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