Voleibol
Estudantes acreditam na manutenção
Há seis anos a representar a Covilhã
na I Divisão, o Núcleo de Voleibol Estudantes prepara mais uma temporada.
Atletas e dirigentes não acreditam em facilidades mas encaram a próxima
campanha com optimismo e entusiasmo.
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Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi
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Pelo sexto ano consecutivo o Núcleo de Voleibol Estudantes (NVE) vai representar
a Covilhã na primeira linha do voleibol nacional. Os serranos conseguiram
a permanência na Divisão A2 depois de um época complicada
em que não evitaram o playoff de manutenção, que obrigou
a equipa a efectuar mais 12 jogos para além da temporada regular.
"Foi preciso muito esforço e sacrifício", lembra Carlos
Cruz, capitão dos Estudantes. "Fizemos cerca de 45 jogos entre Setembro
e Maio e tivemos fins-de-semana em que disputámos duas partidas. Isto é
muito tempo para atletas amadores, que têm carreiras profissionais e académicas,
para além de família", desabafa. Por isso, jogadores e dirigentes
do clube não hesitam em fazer um balanço positivo da última
época. "O campeonato tem-se tornado cada vez mais competitivo e as
equipas são mais homogéneas que há uns anos atrás.
A maior parte é profissional ou semi-profissional", sublinha o capitão.
Um aspecto que, à partida, condiciona desde logo, as probabilidades de
sucesso de uma equipa totalmente amadora. "As outras formações
treinam com muita regularidade e nós nem sequer podemos contar com todos
os jogadores no mesmo treino devido aos afazeres profissionais de cada um".
Um problema com que a equipa também se debateu ao longo da temporada em
jogos oficiais, mas que não impediu o grupo de, segundo Carlos Cruz, "representar
a cidade e a região com o máximo de dignidade".
Para a próxima época as dificuldades não vão diminuir.
A experiência de seis anos no primeiro escalão do voleibol nacional
e a manutenção da "espinha dorsal" podem ser os únicos
trunfos apresentados pela equipa covilhanense. O NVE, ao contrário de muitos
conjuntos do seu escalão, não pode contratar "vedetas"
de fora e as novas "aquisições" estão dependentes
da entrada de algum atleta na Universidade da Beira Interior, que nos últimos
anos tem "alimentado" o plantel com alguns jogadores.
Por outro lado, avança Carlos Cruz, "as equipas que vão disputar
a próxima temporada estão mais fortes que na anterior". Ainda
assim, o capitão serrano mostra-se optimista numa boa campanha. Acredita
que a manutenção é possível e realça o espírito
de luta e sacrifício da sua equipa como armas que podem surpreender adversários
que têm melhores condições de treino, transporte e captação
de atletas.
Outro dos aspectos realçados pelo capitão para o sucesso da equipa
é o público. Durante a última época as bancadas do
INATEL estiveram longe de esgotar, mas a verdade é que a equipa conseguiu
sempre atrair um grupo regular de apoiantes. "São poucos mas bons",
realça Cruz. De qualquer forma, conclui, "era bom que na próxima
temporada aparecessem mais porque o voleibol é um desporto emocionante
e uma boa alternativa às tardes de sábado. Por outro lado, ao comparecerem
estariam a contribuir não só para a manutenção da
modalidade na região, mas também para o seu engrandecimento".
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Sede deve abrir ainda este ano
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Jorge Torrão, presidente do Núcleo de Voleibol Estudantes,
não tem dúvidas: "A época foi positiva".
O objectivo, a manutenção na I Divisão da modalidade,
vccc foi concretizado apesar de, como reconhece, "a equipa
ter claudicado e não ter evitado os playoffs". A próxima
temporada, acrescenta, "não vai ser mais fácil,
mas o objectivo continua a ser o mesmo". Optimista em relação
ao próximo ano, Torrão retira a pressão de
cima dos seus jogadores, até porque, defende, "a equipa
está numa divisão com dificuldades acima daquilo que
se pode exigir aos atletas".
Há três mandatos à frente do clube, Torrão
admite que este é um ano de muitas mudanças. Para
este mês está agendada uma Assembleia Geral onde, entre
outras coisas, poderá surgir uma nova lista à presidência
da Direcção. Uma "revolução"
que, ao que tudo indica, será pacífica. Apesar de
não descartar a possibilidade de continuar à frente
do clube, o próprio dirigente defende que a Direcção
precisa de uma cara nova e que "o tecido administrativo da
colectividade precisa ser renovado". Gente capaz dentro do
clube, reitera, "é o que não falta. Pelo que
o NVE pode continuar na senda da credibilidade e da responsabilidade".
No que diz respeito à sede, estrutura há muito esperada
pelos responsáveis dos Estudantes, a inauguração
pode estar para breve. O edifício já está em
fase de conclusão e, apesar de ainda não ter data
de abertura definida, Torrão gostava que fosse inaugurada
a 20 de Outubro, dia da cidade.
Quando se fala em apoios, Torrão solta um sorriso. "São
sempre os mesmos e normalmente têm ligações
ao clube", desabafa. Com um orçamento muito limitado,
o clube conta com apoios regulares de um ou outro empresário
da região e, pontualmente, da autarquia. O dirigente não
esconde que gostaria de ter mais "sponsors" para a equipa
mas, reconhece, "os tempos estão difíceis, e
é preciso esperar que a crise passe".
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