António Fidalgo
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Os novos cursos da UBI
Cinema e Arquitectura são os dois novos cursos de licenciatura da UBI a
entrar em funcionamento no próximo ano lectivo. O primeiro a ser integrado
na Faculdade de Artes e Letras e o segundo na Faculdade de Ciências das
Engenharias. Trata-se de um facto relevante no desenvolvimento da UBI que, por
várias razões, não será demais realçar.
A primeira razão, a mais directa e imediata, é a da captação
de alunos. Com a diminuição acentuada de candidatos ao ensino superior
nos últimos anos, a um ritmo de mais de 5 por cento ao ano, tem-se revelado
crucial para as universidades mais jovens saberem reagir à procura dos
estudantes. A criação em 2000 da Faculdade de Artes e Letras e a
de Ciências da Saúde constituiu uma refundação da UBI
que não só a elevou a um novo patamar académico, mas também
a tornou mais atractiva à procura juvenil. Se não tivesse avançado
nessa data com essas faculdades e respectivas áreas do saber, seria a própria
UBI no seu todo a ter hoje problemas graves na captação de alunos
e, por conseguinte, de financiamento e de desenvolvimento. Há felizmente
uma agilidade e mobilidade na UBI que tem sido uma das razões do seu êxito.
Diga-se que essa agilidade se verificou também nas outras faculdades, nomeadamente
com o encerramento de cursos de engenharia, nomeadamente o da Engenharia do Papel
e o da Engenharia Geotécnica e a criação dos cursos de Engenharia
Informática e o de Engenharia Química.
As novas licenciaturas são cursos de forte procura no momento. Poder-se-ia
dizer contra esta razão que a procura é volátil, e que um
curso que está na moda hoje, deixará de o estar amanhã. É
verdade isso. Mas se uma universidade não fosse sensível à
procura e apenas insistisse nos cursos iniciais, então estaria a comprometer
a sua sobrevivência. Diga-se desde já, porém, que não
é isso que se tem verificado na UBI. Ao mesmo tempo que tem apostado em
cursos atractivos, a UBI tem sabido compor o seu leque de cursos de acordo com
o cânon universitário, como foram os cursos de Filosofia, de Letras
e de Psicologia.
Uma outra razão da relevância dos novos cursos no desenvolvimento
da UBI é a viragem que estes dois cursos vêm reforçar, e que
é a viragem ou a transformação de uma universidade típica
do sector secundário, industrial, para o sector terciário, o de
serviços. O curso de Arquitectura vem complementar e enriquecer o curso
de Engenharia Civil. Não basta saber construir, é preciso saber
fazê-lo dentro de parâmetros estéticos. É tão
só isto, mas que tamanho "isto" não tem! É a componente
de artes e design a colocar o seu selo no domínio das engenharias.
O curso de Cinema é o culminar do investimento continuado de uma década
na área da imagem em movimento. Cinema é a palavra grega para movimento
e, de facto, o Cinema é possível na UBI porque já se estuda
imagem nos cursos de Ciências da Comunicação e no de Design
Multimédia. Esse estudo continua, mas a um nível mais artístico
agora.
Outra razão ainda da importância destes cursos para a UBI, é
que, com eles, acompanha a tendência internacional de fomentar a criatividade
como um dos recursos mais importantes das sociedades avançadas. A UBI deu
um passo extremamente importante no seu desenvolvimento ao arrancar com dois cursos
que são, claramente, cursos de artes e de criatividade. Na trilogia grega
de teoria (ciências puras), práxis (ciências aplicadas) e poiése
(criatividade), a UBI acrescenta às duas primeiras esta última.
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