José Geraldes
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O caso Nova Penteação
O estado da Nova Penteação é de preocupar todos os covilhanenses.
Mas parece uma imagem quase surreal ver uma empresa que atingiu patamares de excelência,
com uma tecnologia de ponta, chegar a uma situação tão periclitante.
Empresa que era um símbolo dos lanifícios da Covilhã. Uma glória
e um caso de sucesso que alimentava o ego dos covilhanenses.
Por isso, há perguntas que o homem da rua se coloca com toda a naturalidade.
Como foi possível deixar a empresa bater assim no fundo? Que motivos estão
na base da não viabilização da unidade industrial, obrigando
ao despedimento de 300 trabalhadores num universo de quase 500?
Será uma questão de liquidez? Urge somente a entrada de dinheiro fresco?
As encomendas diminuíram substancialmente? Os fornecedores cortaram as matérias-primas?
A situação é fruto da actual conjuntura económica portuguesa
e mundial? Ou trata-se de um problema de gestão? E não haverá
uma solução para que se possam manter os postos de trabalho?
Ministros visitaram a empresa, aplicou-se um programa de formação
profissional - o FACE - que, afinal, se vai transformar num acto de despedimento.
E aí temos várias centenas de famílias lançadas no desespero
e num futuro incerto. Uma tragédia na ainda Manchester Portuguesa!
A actual Administração apresentou uma proposta de viabilização
com a laboração de apenas 160 trabalhadores. Se as regras do jogo
se reduzem só a esta proposta, o bom senso impõe que se encontrem
e se estudem outras alternativas para salvaguardar o maior número de postos
de trabalho. Mas sempre com um objectivo: a continuação da laboração
da empresa.
A Nova Penteação é uma empresa que faz parte do núcleo
duro do tecido produtivo da Covilhã. E tudo deve ser feito para que tal posição
se mantenha. E assim nunca fechar as portas.
As empresas como as pessoas, têm na sua vida momentos altos e baixos. Quando
atravessam crises, não se podem abandonar. No caso concreto, todos os esforços
serão poucos para se resolver a situação difícil da
Nova Penteação.
Daí a máxima ajuda por parte de quem tem responsabilidades.
E, depois, há que pensar nos 300 trabalhadores que, porventura, venham a
ser despedidos. E nas consequências para as suas vidas.
Encontrar uma boa solução para a Nova Penteação também
contribui para o progresso da Covilhã.
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