Futuras áreas metropolitanas
Afinidades entre concelhos em estudo na Comunidade Urbana

As associações de municípios da Cova da Beira e Raia-Pinhal já estão a elaborar o estudo técnico da Comunidade Urbana entre os distritos da Beira Interior. Um documento que não invalida a constituição de comunidades intermunicipais.

Carla Loureiro
NC / Urbi et Orbi


Reuniu no último dia de Junho o grupo de trabalho intermunicipal que tem a seu cargo a elaboração de um estudo sobre a constituição de uma Comunidade Urbana (CU) entre os distritos da Guarda e Castelo Branco. "Ficou estabelecido que necessitamos de um estudo que identifique as afinidades, ligações e semelhanças entre os diferentes concelhos dos dois distritos", revela Amândio Melo, autarca de Belmonte, representante da Cova da Beira no seio do grupo. O mesmo assegura a Comunidade Urbana continua a reunir o consenso, embora a criação de comunidades intermunicipais não esteja posta de lado. O processo de fundamentação da CU terá que passar agora por uma fundamentação técnica, trabalho que está nas mãos das associações Raia-Pinhal e de Municípios da Cova da Beira.
Este encontro, que contou com a presença de todos os autarcas escolhidos para constituirem o grupo - Maria do Carmo Borges, da Guarda, Joaquim Morão, Castelo Branco, Álvaro Amaro, Gouveia, Amândio Melo, Belmonte, Diamantino André, Proença-a-Nova e José Manuel Biscaia, pela Associação de Municípios da Cova da Beira - marca um passo importante na discussão das novas entidades organizativas do território, preconizadas pelo Governo. A legislação que define as atribuições e competências destas figuras administrativas já está publicada em Diário da República desde o dia 30 de Maio, com efeitos legais 90 dias após a sua publicação.
Tal como o NC tem vindo a dar conta, em discussão de dois tipos de comunidades. As grandes áreas metropolitanas que compreendem obrigatoriamente um mínimo de nove municípios e pelo menos 350 mil habitantes. Já as comunidades urbanas terão que agrupar um mínimo de três municípios com pelo menos 150 mil habitantes. Um modelo defendido pelo presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Carlos Pinto.
Apesar de não ter ficado agendado mais nenhum encontro, o próximo a realizar-se já terá em cima da mesa o estudo para estabelecer a estratégia mais apropriada de agrupamento.

Sertã une-se ao Pinhal

Os concelhos do Interior dos distritos de Castelo Branco, Leiria e Coimbra preparam-se para trocar a inclusão nas futuras áreas metropolitanas lideradas por aquelas cidades, pela constituição de comunidade intermunicipal no Pinhal Interior. A Sertã é uma das que faz parte do núcleo duro do processo, onde a ideia principal é a união de municípios com ambições e problemas semelhantes, como é o caso dos concelhos do Pinhal Interior.
Quem não partilha desta opinião são os presidentes das autarquias de Olieros e Proença-a-Nova, José Marques e Diamantino André, respectivamente. Ambos entendem que os seus concelhos "só têm a ganhar com a ligação a Castelo Branco". Uma atitude que, considera Diamantino André, "não representa uma menor consideração para com o Pinhal Interior".