Philip Huang conduziu um seminário principalmente assistido por professores da área de Gestão
Seminário em qualidade do produto
"Quem manda é o consumidor"

O norte-americano Philip Huang divulgou na UBI possíveis fórmulas de gestão para se desenvolver a qualidade do produto empresarial.


Por Daniel Sousa e Silva


"O aspecto mais importante a ter em conta em qualquer empresa é a satisfação do cliente", afirma Philip Huang, gestor da empresa norte-americana Virgínia Tech e professor de Tecnologia de Informação Empresarial. Philip Huang apresentou, na passada sexta feira, dia 4, uma conferência subordinada ao tema "A Estratégia e a Qualidade", no Pólo IV da UBI (Ernesto Cruz).
O conferencista introduz quatro princípios para se conseguir o desenvolvimento do produto da empresa: o custo, a rapidez, a flexibilidade e a qualidade. "Antes, estas normas eram ditadas pelos produtores, mas actualmente é o consumidor quem manda", conta Philip Huang. O professor norte-americano dá exemplos de grandes empresas americanas de sucesso, como a IBM (hardware de computadores) ou a Walmart (cadeia de supermercados), para mostrar formas competitivas de se conseguir ter sucesso no mercado actual.
"O desperdício, de materiais ou de tempo, tem de ser evitado", diz Huang. A aproximação dos trabalhadores criando "verdadeiro" trabalho de equipa é a fórmula apresentada para combater tal problema.
"O papel dos trabalhadores deve ser valorizado, dando-lhes poder de decisão " diz o conferencista, para quem os trabalhadores são peças fundamentais na produção, uma vez que "a qualidade do produto só pode melhorar pela mão de quem o faz". Em virtude disto, Huang defende a participação dos trabalhadores nas modificações e melhorias do controlo de desperdícios, dando o modelo usado pela Toyota. "Em 1990, esta empresa recebeu mais de 2 milhões de sugestões dos seus funcionários e, por incrível que pareça, quase 94 por cento foram aplicadas nesse mesmo ano."
Philip Huang apurou uma teoria inovadora na relação entre qualidade e custo, chamada de efeito de Monte Fuji. O professor explica que "de início, a relação entre qualidade e custo sobe, mas no futuro pode descer, ou seja, baixa-se o custo e aumenta-se a qualidade". Huang admite ser uma teoria muito difícil de se realizar, "porque implica uma transformação filosófica e cultural nas empresas". A existência de programas de aprendizagem no interior das empresas é a solução encontrada pelo gestor.
"Tento deixar aos meus alunos a mensagem de que se deve estar sempre a aprender coisas novas para aplicar nas empresas, já que um gestor estagnado é um gestor despedido", ironiza Philip Huang.
O gestor encontra-se pela segunda vez em Portugal para ministrar um curso de duas semanas a alunos de mestrado da Universidade de Coimbra.