A Madeira SAD é a grande potência do andebol feminino nacional, tendo ganho tudo o que havia para ganhar nos últimos cinco anos
Andebol feminino
Penta-campeãs levam quinta Taça para a Madeira

Madeira SAD e Gil Eanes disputaram, no sábado, 26, no Fundão, a final da Taça de Portugal em andebol feminino. As algarvias não conseguiram a desforra da Supertaça e, pelo quinto ano consecutivo, as insulares levaram o "caneco" para casa.


Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi


A Beira Interior foi, este ano, o talismã do Madeira SAD. A equipa insular conquistou, no sábado, 26 de Junho, no Fundão, a Taça de Portugal em Andebol Feminino. Isto, depois de, duas semanas antes, ter conseguido feito idêntico em Penamacor, então para a Supertaça. A vítima, nas duas ocasiões, foi o conjunto algarvio da Escola Secundária Gil Eanes.
Com uma forte falange de apoio nas bancadas semi-preenchidas, a turma orientada por Luís Nunes, cedo começou a desequilibrar. Mais altas e possantes, as madeirenses encontram na barreira defensiva algarvia pouca resistência, o que lhes permite cavar uma vantagem segura até ao final da primeira parte (15-8). Uma discrepância no marcador que se fica também a dever à pouca eficácia ofensiva das andebolistas da Gil Eanes que encontraram na guardiã Esmeralda Gouveia, um muro quase intransponível.
Na segunda metade as pupilas de José Manuel Dias tentam reagir logo de início, mas são novamente as penta-campeãs que assumem o controlo do jogo. Com um forte poder de impulsão e remate, as atletas da Madeira vão ampliando a vantagem no primeiro quarto-de-hora. Uma tarefa onde o poder de concretização Tanja Milanovic (8 golos), Cilisia Camacho (6) e Barbara Brauer (5) foi fundamental.
A equipa de Lagos chega a ter uma desvantagem de oito golos e de cada vez que marca, as madeirenses, com um contra-ataque rápido, anulam a aproximação. Ainda assim, as algarvias reagem nos últimos dez minutos e conseguem acabar o jogo com apenas cinco golos de diferença (26-21).
No final os madeirenses fazem a festa dentro e fora do ringue sob o olhar conformado das jogadoras e equipa técnica da ES Gil Eanes. "Estão num plano superior ao nosso", reconhece José Manuel Dias, "precisávamos de equilibrar o jogo e esperar por uma escorregadela das madeirenses, mas isso não aconteceu. As madeirenses saltaram no marcador e foi impossível apanhá-las".
No Pavilhão Municipal do Fundão, as madeirenses foram superiores. Como, aliás, se esperava. Nos últimos cinco anos, o clube insular tem sido a potência máxima do andebol feminino português e ganhou tudo o que havia para ganhar: cinco Campeonatos, cinco Taças e cinco Supertaças.

Descentralização é para continuar

Ao contrário do que tinha acontecido na semana anterior, na Final da Taça de Futsal entre Benfica e Freixieiro, as bancadas do Municipal do Fundão não estiveram, nem de longe, nem de perto, repletas. Uma situação que não deixa surpreendido Paulo Fernandes. O vereador com o Pelouro do Desporto na Câmara Municipal fundanense lembra que "o andebol não é um desporto que arraste multidões", mas revela que "a autarquia está a dar passos para inverter essa situação". Fruto de um protocolo assinado há cerca de dois meses com a Federação de Andebol de Portugal (FAP), a modalidade está a ser implementada com mais força nas escolas de modo a que, acredita o vereador, "dentro de dois ou três anos este desporto vai ter outra repercussão no concelho".
Opinião partilhada por Carlos Cruz, vice-presidente da FAP, que saiu, segundo palavras do próprio, impressionado do pavilhão fundanense. O responsável federativo ficou satisfeito com o modo como decorreram os últimos eventos na região - para além da Taça e Supertaça, a região já tinha recebido, há um mês, a fase final do Nacional de Juvenis - e não põe de parte a possibilidade de voltar a trazer eventos "de igual ou maior dimensão" para o distrito. A descentralização deste tipo de eventos, reitera, "é uma política implantada há alguns anos que tem dado bons frutos e que, portanto, é para manter".
Agradado com o facto de ter recebido as duas melhores equipas da modalidade, Manuel Frexes salienta o "magnífico ambiente desportivo" e mostra-se disponível para acolher novas iniciativas da Federação. O presidente da Câmara só lamentou a fraca adesão de público. "O pavilhão podia estar cheio se estivessem aqui as escolas do concelho, como estava previsto". O certo é que as escolas não compareceram e mais de metade do gimnodesportivo ficou vazio. "Falhas de comunicação" que Frexes assume, mas que promete rectificar num próximo eve