A Beira Interior foi, este ano, o talismã
do Madeira SAD. A equipa insular conquistou, no sábado, 26 de Junho, no Fundão,
a Taça de Portugal em Andebol Feminino. Isto, depois de, duas semanas antes,
ter conseguido feito idêntico em Penamacor, então para a Supertaça.
A vítima, nas duas ocasiões, foi o conjunto algarvio da Escola Secundária
Gil Eanes.
Com uma forte falange de apoio nas bancadas semi-preenchidas, a turma orientada
por Luís Nunes, cedo começou a desequilibrar. Mais altas e possantes,
as madeirenses encontram na barreira defensiva algarvia pouca resistência,
o que lhes permite cavar uma vantagem segura até ao final da primeira parte
(15-8). Uma discrepância no marcador que se fica também a dever à
pouca eficácia ofensiva das andebolistas da Gil Eanes que encontraram na
guardiã Esmeralda Gouveia, um muro quase intransponível.
Na segunda metade as pupilas de José Manuel Dias tentam reagir logo de início,
mas são novamente as penta-campeãs que assumem o controlo do jogo.
Com um forte poder de impulsão e remate, as atletas da Madeira vão
ampliando a vantagem no primeiro quarto-de-hora. Uma tarefa onde o poder de concretização
Tanja Milanovic (8 golos), Cilisia Camacho (6) e Barbara Brauer (5) foi fundamental.
A equipa de Lagos chega a ter uma desvantagem de oito golos e de cada vez que marca,
as madeirenses, com um contra-ataque rápido, anulam a aproximação.
Ainda assim, as algarvias reagem nos últimos dez minutos e conseguem acabar
o jogo com apenas cinco golos de diferença (26-21).
No final os madeirenses fazem a festa dentro e fora do ringue sob o olhar conformado
das jogadoras e equipa técnica da ES Gil Eanes. "Estão num plano
superior ao nosso", reconhece José Manuel Dias, "precisávamos
de equilibrar o jogo e esperar por uma escorregadela das madeirenses, mas isso não
aconteceu. As madeirenses saltaram no marcador e foi impossível apanhá-las".
No Pavilhão Municipal do Fundão, as madeirenses foram superiores.
Como, aliás, se esperava. Nos últimos cinco anos, o clube insular
tem sido a potência máxima do andebol feminino português e ganhou
tudo o que havia para ganhar: cinco Campeonatos, cinco Taças e cinco Supertaças.
Descentralização é para continuar
Ao contrário do que tinha acontecido na semana anterior, na Final da Taça
de Futsal entre Benfica e Freixieiro, as bancadas do Municipal do Fundão
não estiveram, nem de longe, nem de perto, repletas. Uma situação
que não deixa surpreendido Paulo Fernandes. O vereador com o Pelouro do
Desporto na Câmara Municipal fundanense lembra que "o andebol não
é um desporto que arraste multidões", mas revela que "a
autarquia está a dar passos para inverter essa situação".
Fruto de um protocolo assinado há cerca de dois meses com a Federação
de Andebol de Portugal (FAP), a modalidade está a ser implementada com
mais força nas escolas de modo a que, acredita o vereador, "dentro
de dois ou três anos este desporto vai ter outra repercussão no concelho".
Opinião partilhada por Carlos Cruz, vice-presidente da FAP, que saiu, segundo
palavras do próprio, impressionado do pavilhão fundanense. O responsável
federativo ficou satisfeito com o modo como decorreram os últimos eventos
na região - para além da Taça e Supertaça, a região
já tinha recebido, há um mês, a fase final do Nacional de
Juvenis - e não põe de parte a possibilidade de voltar a trazer
eventos "de igual ou maior dimensão" para o distrito. A descentralização
deste tipo de eventos, reitera, "é uma política implantada
há alguns anos que tem dado bons frutos e que, portanto, é para
manter".
Agradado com o facto de ter recebido as duas melhores equipas da modalidade, Manuel
Frexes salienta o "magnífico ambiente desportivo" e mostra-se
disponível para acolher novas iniciativas da Federação. O
presidente da Câmara só lamentou a fraca adesão de público.
"O pavilhão podia estar cheio se estivessem aqui as escolas do concelho,
como estava previsto". O certo é que as escolas não compareceram
e mais de metade do gimnodesportivo ficou vazio. "Falhas de comunicação"
que Frexes assume, mas que promete rectificar num próximo eve
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