António Fidalgo
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Rodovia, ferrovia e aeródromo
O vivo andamento da construção da auto-estrada entre Salamanca e Ciudad Rodrigo, os trabalhos intensos no troço do IP5
entre a Guarda e Vilar Formoso, são outros motivos de satisfação e de esperança, agora que a auto-estrada da Beira
Interior se encontra quase concluída. A Beira Interior em geral e a Cova da Beira em particular ganharão uma nova
dinâmica de desenvolvimento com os acessos rodoviários. Estarmos, daqui a um ano, a duas horas de carro de Salamanca,
a três horas de Valladolid, e daí ficar ligado à rede de auto-estradas europeias é um factor importante, que nunca é
de mais realçar.
Há algum tempo, um grupo de professores espanhóis, vindos de diferentes cidades Espanha, de Madrid, Málaga, Barcelona
e Santiago, julgavam que a melhor maneira de chegar à Covilhã era voando para Lisboa e daí vir para a Covilhã.
Informados sobre as novas acessibilidades, acabaram por vir juntos de carro a partir de Madrid. Coisa pouca, poderá
parecer à primeira vista, mas do maior significado, se pensado com mais atenção. É que os professores espanhóis
encontraram-se aqui, na UBI, com os colegas portugueses.
As acessibilidades são essenciais ao desenvolvimento de uma região. Se a rodovia já faz toda uma diferença, quanto
maior esta não será se compreender também às acessibilidades ferroviárias e aéreas. A região faz muito bem em
reivindicar com denodo a modernização da ferrovia da Beira Baixa e do aeródromo da Covilhã. É necessário que toda a
linha da Beira Baixa, incluindo o troço de Castelo Branco à Guarda, seja electrificada. Não só pelos passageiros que
se deslocam de e para Lisboa, do sul, mas também pelos passageiros do e para o norte. É preciso que as ligações
ferroviárias com o Porto e com Salamanca se modernizem. É fundamental. A duas horas e meia de comboio, no máximo,
destas duas cidades, a Covilhã ficará com uma mais valia extraordinária, como cidade de montanha, centro universitário
e destino turístico.
Por fim o avião. No dia em que o aeródromo da Covilhã puder receber aviões de pequeno porte então teremos uma nova
cidade. O campo de golfe recém estreado na região, a UBI, a Faculdade de Ciências da Saúde, o objectivo de fazer da
Covilhã um local privilegiado para a organização de congressos e colóquios, o turismo de montanha, tudo isto exige uma
ligação aérea. Com o espaço europeu sem fronteiras tudo isto será mais fácil, pois não haverá necessidade de criar
estruturas alfandegárias, sempre pesadas e burocráticas.
Com rodovia, ferrovia e transporte aéreo, a Covilhã e a região poderão libertar-se do estigma de estar longe do mar.
Também Madrid está longe do mar, bastante mais longe, mas é cada vez mais o centro da Península. Pensando no espaço
ibérico, e no espaço europeu, uma Covilhã com boas acessibilidades será menos periférica que uma cidade média do
Litoral português.
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