"É uma vergonha. Só em Portugal é que isto acontece.
No estrangeiro, as obras nas estradas, principalmente nas mais movimentadas, são
feitas à noite, para não complicar a vida a quem trabalha".
O desabafo, irritado, é de Luís Silva, de Alverca, condutor de longo
curso, parado no IP5. Os protestos repetem-se todos os dias, porque o cenário
das filas intermináveis é o mesmo desde que começaram as
obras de duplicação do IP5, entre Vilar Formoso e o nó de
Pinhel, numa extensão de pouco mais de 33 quilómetros.
"Infelizmente não podemos pendurar o IP5 para os carros puderem passar
por baixo. E as obras não podem ser feitas à noite, porque a pavimentação
do piso não suporta o grau de humidade que existe nos períodos nocturnos.
Por outro lado, o fogo que utilizamos para abrir caminho também não
pode, por questões óbvias de segurança, ser dado à
noite", responde ao JN o gabinete de comunicação e imagem da
Lusoscut, empresa responsável por todas as obras de duplicação
do IP5.
O resultado é apenas um: os protestos dos automobilistas vão continuar.
Pelo menos, até ao dia da conclusão dos trabalhos no lanço
entre Vilar Formoso e o nó de Pinhel, previsto para o dia 30 de Março
de 2004, segundo o mesmo gabinete. Neste troço, a duplicação
será feita em toda a sua extensão, podendo as plataformas estarem
afastadas de um máximo de 50 metros uma da outra. No lanço que está
a ser duplicado , vão ser construídas 22 obras de arte, das quais
19 serão passagens agrícolas e as restantes três, pontes de
média dimensão, sendo que uma, ao quilómetro 26, terá
uma extensão de 915 metros. A solução adoptada na zona da
ponte do Côa é a construção de uma totalmente nova,
paralela à existente, para utilização num dos sentidos. A
actual será utilizada para o outro sentido.
A duplicação total, entre Vilar Formoso e Aveirto, estará
pronta em Junho de 2006.
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