U @ O - Porque é que decidiu avançar como candidato?
L F - É importante dar sucessão à luta académica
e é fundamental que as pessoas se sintam representadas e que haja trabalho
da nossa parte. Uma das ideias defendidas pela nossa lista, que se apresentou
como D, é a de Despertar. Queremos que as pessoas se voltem a interessar
e a reivindicar os seus direitos.
U @ O - Foi difícil preparar estas eleições?
L F - É incrível como é difícil encontrar pessoas
com disponibilidade para assumir e trabalhar para a associação.
Não nos interessava arranjar só nomes para encher a lista, queremos
mesmo pessoas para trabalhar, as 19 pessoas necessárias para formar a nossa
equipa.
U @ O - Quais são as vossas prioridades?
L F - Avaliar o foro pedagógico das medidas que vão entrar em
vigor nos próximos tempos e equacionar novas medidas para com as políticas
educativa, cultural e desportiva.
Urbi @ Orbi - Quais foram os totais da votação?
Luís Franco - Houve uma votação total de 570 votos. Dos
quais cerca de cem foram em branco.
U @ O - Eram os números esperados?
L F - O número total ficou algo abaixo do que pretendíamos,
mas em função do pouco tempo que tivemos para preparar e divulgar
as eleições compreende-se. Foi importante que houvesse pessoas a
votar e a participar, ainda que sejam poucos em quase cinco mil alunos.
U @ O - A diferença entre a votação para as duas listas
candidatas à Assembleia Geral foi significativa?
L F - Não, a lista A recebeu cerca de 215 votos e a D 265 votos.
"É necessário reunir e definir
estratégias de colaboração com os núcleos"
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"Novas ideias e muito trabalho"
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U @ O - Ser lista única é pejorativo para o vosso trabalho?
L F - É e não é, a ideia de surgir outra lista podia
gerar uma certa divisão das pessoas dispostas a envolverem-se e a trabalhar,
sendo que afastaria quem perdesse. Mas também, se fosse uma equipa capaz
era interessante. Como lista única é de esperar que todos os que
queiram colaborar o possam fazer.
U @ O - Há muitos núcleos que vão ter novas direcções
ou têm há pouco tempo, isso é mau para o vosso trabalho?
L F - Pelo contrário, novas direcções geralmente representam
novas ideias e muito trabalho. A ideia é reunir e definir estratégias
de colaboração com os núcleos, até porque nessas direcções
também já existem pessoas que têm conhecimentos anteriores
para partilhar.
U @ O - Neste momento a maioria das pessoas estão distantes da Associação
e dos núcleos?
L F - Existe um trabalho que está a ser desenvolvido para reaproximar
os alunos por parte dos núcleos. Vai ter de se encontrar alguma solução
que pode passar até pelo planeamento de uma empresa de recursos humanos.
A "voz" da AAUBI tem de ser mais veiculada nos meios de comunicação
internos e externos à instituição. Só assim, poderemos
fazermo-nos ouvir para reivindicar os nossos direitos.
"Temos que mobilizar e sensibilizar as pessoas
para a luta"
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"É bom lembrar que actualmente cerca de 80 por cento dos alunos
da UBI são deslocados"
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U @ O - O financiamento é o maior problema?
L F - O problema é que há poucas actividades que vivem dentro
das suas possibilidades e não têm retorno. Existe um plano de actividades,
um conjunto de subsídios a atribuir, um delegado responsável logo
é necessário conseguir que todos trabalhem. Não desejamos
acabar com secções ou reduzir subsídios, o que se pretende
é que se cumpra o que está orçamentado.
U @ O - Mas há iniciativas que nos actuais moldes nunca poderão
ser lucrativas, essas são para terminar?
L F - A ideia é de que quem as organiza terá de saber gerir
os seus ganhos para poder suportar as perdas. O que não pode acontecer
é ser a academia a assumir gastos incomportáveis.
U @ O - Com as alterações previstas à lei de financiamento
os alunos dizem ser prejudicados. O que vai ser feito?
L F - Todos os alunos no próximo ano vão ter de pagar os novos
valores da propina. E o reitor da UBI já fez saber que irá aplicar
a propina máxima, pois não tem outra alternativa. Com a aprovação
desta lei, a maioria dos alunos terá de recorrer a bolsas-empréstimo
o que fará que muitos dos alunos optem por ingressar em universidades mais
próximas do seu local de residência, mesmo que sejam privadas. É
bom lembrar que actualmente cerca de 80 por cento dos alunos da UBI são
deslocados.
U @ O - Como é possível combater a aprovação da
lei?
L F - Já foi feita uma greve, mas a adesão foi mínima.
Temos que mobilizar e sensibilizar as pessoas para a luta, que é de todos.
A ideia de que há falta de informação não é
suficiente para que a maioria se alheie à defesa dos seus direitos que
simultaneamente também são deveres. Nesta luta também os
funcionários e docentes têm de participar porque menos alunos na
universidade significa também menos postos de trabalho. A própria
cidade da Covilhã, que actualmente tem nos estudantes uma importante fonte
de receita acabará por sair prejudicada.
Da capital para o Interior
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Luís Franco tem 21 anos e nasceu em Lisboa, cidade onde viveu
até escolher a Universidade da Beira Interior para estudar.
Frequenta o 2º ano do curso de Ciências da Comunicação.
Afirma que já conhecia a cidade e a própria UBI pelo
facto do seu irmão já frequentar este estabelecimento
de ensino. Esse foi aliás um dos factores que contribuiu
para a decisão de estudar na Covilhã "num curso
que até já conhecia minimamente", refere.
Franco foi presidente do UBImedia - Núcleo de Estudantes
de Ciências da Comunicação até ser eleito
presidente da Associação Académica da Universidade
da Beira Interior no passado dia 11 de Junho. Foi o único
candidato ao cargo. Agora pretende fazer tudo o que estiver ao seu
alcance para "despertar a academia que parece adormecida".
Luís Franco considera "fundamental" que os alunos
se sintam representados.
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