O
Velho que lia romances
de amor
de Luís Sepúlveda
Por Ana Maria Fonseca
"Foi a descoberta mais importante de toda a sua vida.
Sabia ler. Mas não tinha que ler."
Havia um Velho que vivia junto da natureza no seu estado mais puro. Solitário,
descobre um dia que sabe ler e procura livros diferentes até descobrir o
estilo que mais lhe agrada. São os romances de amor que consome avidamente,
dedicando-lhes muitos momentos do dia. Sempre a seu lado está uma garrafa
de "Frontera", a bebida espirituosa consumida por quase todos os personagens.
É um dentista amigo que lhe fornece os livros de amor e que conta a sua história,
ao longo das 110 páginas que são um elogio à natureza e, em
particular ao mundo amazónico.
Conhecedor da floresta amazónica, dos seus encantos e armadilhas, depois
de ter vivido por vários anos entre a tribo "xuar", o velho é
um dia confrontado com a exigência de partir em busca de um animal predador
que ataca pessoas. E é este o seu maior desafio.
"A vida na floresta temperou-lhe cada pormenor do corpo. Adquiriu músculos
felinos que, com o passar dos anos, se tornaram secos. Sabia tanto da floresta como
um xuar. Era tão bom a seguir rastos como um xuar. Nadava tão bem
como um xuar. Ao fim e ao cabo, era como se fosse um deles, mas não era um
deles".
|