José Geraldes
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A homenagem
O sensacionalismo e o andar a "fazer fretes" está nos antípodas
do nosso estatuto editorial
Os presidentes das quatro Juntas de Freguesia da cidade
tiveram a ideia de homenagear o NOTÍCIAS DA COVILHÃ por ocasião
do seu nonagésimo aniversário. Trata-se de uma iniciativa inédita
na história do NC.
Esta homenagem das Juntas da Covilhã reveste-se de um significado especial.
Os presidentes de Junta são os eleitos directos do povo. Estão na
base do poder local. Contactam diariamente com os cidadãos, resolvendo
toda uma série de problemas do seu quotidiano. Por isso, a sua homenagem
é a do povo que legitimamente representam. E o povo aderiu em massa à
iniciativa esgotando a lotação do Teatro-Cine.
O sarau que merece o devido destaque nesta edição, com a participação
de organismos culturais e associações da cidade, incluindo a UBI,
atingiu um nível que só honra a Covilhã. Todas as actuações
dos grupos intervenientes não desmereciam de serem apresentadas em qualquer
palco do País ou no estrangeiro.
É mais que justo não só dar-lhes os parabéns mas também
um apoio e um estímulo para que continuem, contra ventos e marés.
Foi reconfortante ouvir reconhecer que o NC pratica um jornalismo isento, rigoroso
e credível. E quem o disse , não teve a intenção de
nos agradar. E nem o fez pelos nossos lindos olhos. Apenas, com justiça,
honestamente, referiu uma realidade patente no nosso jornal todas as semanas.
Mas o facto desta realidade ser proclamada, em público, sem rebuços,
é, para nós, um alento para continuar o caminho que nos traçámos.
Aliás, não embarcamos em jornalismo de encomenda mas somos abertos
à pluralidade de opiniões. E não somos especialistas de publicação
de notícias previamente escritas nos gabinetes ou "ditadas" por
fontes com interesses meramente de promoção pessoal ou institucional.
A honestidade no tratamento das notícias é a nossa norma de relação
com os leitores. Por isso, temos a sua confiança. O sensacionalismo e o
andar a "fazer fretes" está nos antípodas do nosso estatuto
editorial.
Como jornal de inspiração cristã, estamos na linha da frente
na promoção dos perenes valores do homem : a dignidade, a rectidão,
a justiça, a honestidade e uma cidadania cada vez mais activa. E na formação
de uma recta opinião pública.
Definimo-nos como um jornal de causas para que o homem seja mais homem. E para
que a coesão social se afirme como um serviço do bem comum.
O NC é o jornal que dá voz a todos os covilhanenses, sem discriminações
e é púlpito dos seus anseios.. E que leva ao quatro cantos do mundo
o nome da cidade que ostenta no título. Mas, em tempo de globalização,
também exprimimos as aspirações de toda uma região
que engloba os distritos da Guarda e Castelo Branco.
Temos contribuído para o desenvolvimento da Beira Interior. Com uma ponta
de orgulho o dizemos. Se hoje existe a UBI, se a Faculdade de Medicina finalmente
veio, também ao NC se deve pela sua luta e persistência na defesa
destas causas. Os textos que publicávamos, eram lidos e interpretados pelos
Ministérios da tutela, funcionando como um verdadeiro lóbi.
Quer isto dizer que estamos completamente satisfeitos ? Não. Há
muitos projectos que ainda desejamos concretizar. E o primeiro seria que não
houvesse um covilhanense ou natural do concelho que não fosse assinante
do NC, "o nosso jornal."
Afinal, trata-se de conservar a chama bem acesa dos dois últimos directores
que nos antecederam : o Pe José de Andrade que construiu o edifício
onde o NC está sediado e o dr. Mendes Fernandes que o concluiu e lançou,
nos finais dos anos 60 do séc XX, as bases da renovação jornal
no equipamento, grafismo e nos conteúdos.
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