Por Alexandre S. Silva
Para quem gostava dos Placebo tal como eles foram nos três álbuns
precedentes, este disco pode soar algo estranho. Para quem nunca apreciou
muito o trio britânico, esta pode ser a oportunidade de mudar de
opinião.
Ainda que visualmente o colectivo continue a vincar a imagem andrógena
do vocalista Brian Molko e aquele look glam rock que o acompanha desde
o início, as coisas já não são o que eram
dantes. A banda cresceu, a música evoluiu, e os elementos resolveram
experimentar algumas coisas novas. A componente poética das letras
adquire agora uma importância que nunca tinha tido e as relações
psicológicas roubam o lugar de destaque, nos temas das canções,
às trocas de fluídos corporais.
O resultado é um disco muito menos monocórdico e agressivo
que os anteriores. Mais sombrio, cínico e psicótico, porque
se inclina sobre a natureza humana, com os seus fetiches e os seus pecados,
"Sleeping with ghosts" mostra uma faceta nova dos Placebo: a
intervenção. Os mais antigos fãs podem até
nem gostar, mas a verdade é que se trata de um excelente trabalho.