O lado psicótico dos Placebo


Sleeping with ghosts


Placebo


Virgin | 2003






Por Alexandre S. Silva

Para quem gostava dos Placebo tal como eles foram nos três álbuns precedentes, este disco pode soar algo estranho. Para quem nunca apreciou muito o trio britânico, esta pode ser a oportunidade de mudar de opinião.
Ainda que visualmente o colectivo continue a vincar a imagem andrógena do vocalista Brian Molko e aquele look glam rock que o acompanha desde o início, as coisas já não são o que eram dantes. A banda cresceu, a música evoluiu, e os elementos resolveram experimentar algumas coisas novas. A componente poética das letras adquire agora uma importância que nunca tinha tido e as relações psicológicas roubam o lugar de destaque, nos temas das canções, às trocas de fluídos corporais.
O resultado é um disco muito menos monocórdico e agressivo que os anteriores. Mais sombrio, cínico e psicótico, porque se inclina sobre a natureza humana, com os seus fetiches e os seus pecados, "Sleeping with ghosts" mostra uma faceta nova dos Placebo: a intervenção. Os mais antigos fãs podem até nem gostar, mas a verdade é que se trata de um excelente trabalho.