Ana Cruz considera que o panorama financeiro é consequência
de um "enorme descuido" provocado pela antiga direcção
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Ana Cruz despede-se da presidência
AAUBI sem candidatos
A presidente da AAUBI e restante direcção
não vão recandidatar-se. Após um ano à frente da Academia,
Ana Cruz leva a mágoa de não ter conseguido "acordar a alma
dos estudantes ubianos". A AAUBI encontra-se agora numa situação
delicada, visto não existirem candidatos aos órgãos de gestão.
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Por Inês Monteiro
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O prazo para apresentação de listas
à direcção da AAUBI expirou na passada sexta feira, 16. A actual
presidente da direcção da Associação Académica,
Ana Cruz, ponderou os prós e os contras de uma recandidatura e achou melhor
não voltar a assumir o cargo durante o próximo ano.
Segundo Ana Cruz, existem duas possíveis justificações para
a falta de candidatos: "Ou as pessoas estão realmente adormecidas e
desmotivadas ou então não conseguem encontrar na Academia algo de
benéfico para a sua vida". A presidente em exercício revela que,
dadas as circunstâncias, a Associação irá passar uma
fase sem direcção, o que, no seu ponto de vista, poderá até
ser algo positivo, na medida em que "lembra as pessoas que, caso a Associação
não exista, uma série de actividades como a Semana Académica,
a Recepção ao Caloiro e todas as actividades culturais e desportivas,
deixam de existir".
Ana Cruz refere que o balanço do ano que passou como presidente da AAUBI
foi positivo, embora tenha sido uma presidência que enfrentou "muitas
limitações" financeiras. Um dos grandes objectivos a que esta
direcção se propôs foi justamente "a estabilização
do quadro financeiro da Associação", uma vez que este factor
dificultou a realização de algumas actividades. Exemplo evidente desta
situação foi a anulação do Campo Universitário
de Montanha depois de se verificar que "os saldos nesta actividade foram, nos
últimos anos, sempre negativos, gerando prejuízo à Associação".
A qualidade da Semana Académica 2003 também foi afectada pela situação
financeira que a AAUBI vive. Ana Cruz confessa que "era, sem dúvida,
um evento que tinha que acontecer, porém a Associação não
podia correr o risco de deitar por água abaixo um árduo trabalho efectuado
ao nível financeiro, durante todo o ano".
Quando a actual direcção tomou posse, a Associação tinha
um grave passivo que incluía dívidas a empresas que fornecem serviços
essenciais ao funcionamento diário da AAUBI, como água, luz e telefones,
e outras dívidas de valor mais elevado que ainda estão em pagamento
através de planos que foram criados por esta direcção.
A presidente da Associação não esconde que todo este panorama
financeiro é consequência de um "enorme descuido" provocado
pela antiga direcção. Ana Cruz adianta ainda que "comparando,
por exemplo, com o ano anterior, esta Semana Académica foi, em termos de
qualidade, muito inferior. Mas em termos financeiros esta actividade foi muito mais
rentável para a Associação e para a Academia em geral".
Ana Cruz acredita não ter havido por parte da anterior direcção
"um rigor ao nível das contas", situação que com
o passar do tempo se foi acumulando e se tornou notória este último
ano. "Para se dirigir uma Associação é preciso ter os
pés bem assentes na terra e saber verificar o que pode ou não ser
feito e como deve ser feito, para não se cair em esbanjamentos de dinheiro",
afirma.
A presidente da AAUBI diz que assumir este cargo foi "um sonho tornado realidade",
apesar de reconhecer que este sonho teve "o seu lado menos positivo".
Acabou por não conseguiu conciliar o trabalho na AAUBI com a sua vida pessoal,
nomeadamente, com os estudos "que ficaram para segundo plano". Esta foi
a situação que a levou a tomar a decisão de não voltar
a candidatar-se para o cargo.
Ana Cruz acredita que a Associação necessita de "movimento e
isso só se consegue com a motivação de outras pessoas que venham
com força e com vontade". Demonstra uma grande decepção
com a falta de associativismo e com a perda, de ano para ano, do espírito
académico. A presidente leva a mágoa de não ter conseguido
"acordar a alma dos estudantes ubianos", que considera estarem cada vez
mais "egocentristas, não conseguindo encontrar algo de bom naquilo que
não é uma obrigação". A inexistência de listas
para assumir a direcção é um reflexo dessa situação,
diz Ana Cruz.
Sem candidatos ao acto eleitoral, a direcção fica a cargo do presidente
da Mesa de Assembleia Geral, Pedro Nunes, e a Associação Académica
passará a ter uma gestão meramente administrativa.
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