A construção de uma ponte sobre a Ribeira da Goldra, integrada
no programa Polis pode levar à demolição de duas habitações.
Anabela Gonçalves, uma das moradoras contesta a situação
e recusa abandonar a casa onde vive com o seu marido e os dois filhos há
sete anos. A moradora mostrou o seu desagrado na passada sexta feira, 16, data
em que se realizou a reunião pública da Câmara da Covilhã.
João Esgalhado, director executivo do programa Polis na cidade, explica
que ainda não há informação quanto à disponibilidade
de verbas para concretizar a obra. O responsável assegura que o principal
motivo que pode levar à demolição das casas é o facto
de as mesmas não terem condições de habitabilidade.
O vereador da oposição Miguel Nascimento considera que "as
pessoas têm todo o direito de se manifestar quando está em causa
a sua habitação". Segundo o socialista "ainda existem
situações de grande miséria no concelho da Covilhã".
Para o vereador era importante que existisse no programa Polis um quadro de actuação
a nível social.
"Não se sabe até que ponto a execução daquela
ponte é possível e as pessoas continuam à espera", sublinha.
Miguel Nascimento lembra ainda que o projecto inicial não implicava a demolição
das casas.
João Esgalhado frisa que o Polis é um programa de requalificação
urbana, mas sobretudo ambiental. O director executivo considera que as pessoas
têm direito de se manifestar em sede própria. O protesto será
objecto de reflexão pela Comissão Técnica de Acompanhamento,
entidade responsável pela aprovação dos planos, constituída
por instituições como o Instituto da Água, o Ministério
do Ambiente e o Instituto de Conservação da Natureza.
A Sociedade Polis pode ou não chegar a acordo com os proprietários
das habitações. Os moradores podem ser realojados ou indemnizados
financeiramente o que pode resultar de uma decisão judicial.
Anabela Gonçalves não está disposta a abandonar a sua casa.
Afirma já ter tentado uma reunião com a Câmara mas até
ao momento não lhe foi concedida. Foi esse o motivo que a levou a manifestar-se
publicamente na reunião do executivo. A única moradora da outra
habitação que pode ser demolida tem 72 anos e também não
está disposta a deixar a casa. Anabela Gonçalves diz ter conhecimento
da intenção da autarquia em realojar os moradores daquelas habitações
no Tortosendo, situação que não aceita.
Jardim do Lago prestes
a arrancar
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"Dentro de dois ou três meses, as obras de construção
do Jardim do Lago arrancam". A garantia é dada por João
Esgalhado que explica que o processo será enviado esta semana
para o Tribunal de Contas para aprovação. A intervenção
no Largo do Rato deverá ter início no segundo semestre
do ano.
Há no entanto obras inicialmente previstas no Polis que não
se irão realizar. É o caso dos teleféricos
para os quais não apareceram entidades particulares interessada
em investir, uma vez que não acreditaram na viabilidade financeira
dos projectos.
Esgalhado lembra ainda que "alguma obras terão que ser
realizadas recorrendo a outro tipo de verbas como é o caso
de algumas vias e pontes".
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