Por Catarina Rodrigues


A construção da ponte levará à demolição das casas

A construção de uma ponte sobre a Ribeira da Goldra, integrada no programa Polis pode levar à demolição de duas habitações. Anabela Gonçalves, uma das moradoras contesta a situação e recusa abandonar a casa onde vive com o seu marido e os dois filhos há sete anos. A moradora mostrou o seu desagrado na passada sexta feira, 16, data em que se realizou a reunião pública da Câmara da Covilhã.
João Esgalhado, director executivo do programa Polis na cidade, explica que ainda não há informação quanto à disponibilidade de verbas para concretizar a obra. O responsável assegura que o principal motivo que pode levar à demolição das casas é o facto de as mesmas não terem condições de habitabilidade.
O vereador da oposição Miguel Nascimento considera que "as pessoas têm todo o direito de se manifestar quando está em causa a sua habitação". Segundo o socialista "ainda existem situações de grande miséria no concelho da Covilhã". Para o vereador era importante que existisse no programa Polis um quadro de actuação a nível social.
"Não se sabe até que ponto a execução daquela ponte é possível e as pessoas continuam à espera", sublinha. Miguel Nascimento lembra ainda que o projecto inicial não implicava a demolição das casas.
João Esgalhado frisa que o Polis é um programa de requalificação urbana, mas sobretudo ambiental. O director executivo considera que as pessoas têm direito de se manifestar em sede própria. O protesto será objecto de reflexão pela Comissão Técnica de Acompanhamento, entidade responsável pela aprovação dos planos, constituída por instituições como o Instituto da Água, o Ministério do Ambiente e o Instituto de Conservação da Natureza.
A Sociedade Polis pode ou não chegar a acordo com os proprietários das habitações. Os moradores podem ser realojados ou indemnizados financeiramente o que pode resultar de uma decisão judicial.
Anabela Gonçalves não está disposta a abandonar a sua casa. Afirma já ter tentado uma reunião com a Câmara mas até ao momento não lhe foi concedida. Foi esse o motivo que a levou a manifestar-se publicamente na reunião do executivo. A única moradora da outra habitação que pode ser demolida tem 72 anos e também não está disposta a deixar a casa. Anabela Gonçalves diz ter conhecimento da intenção da autarquia em realojar os moradores daquelas habitações no Tortosendo, situação que não aceita.


Jardim do Lago prestes a arrancar



"Dentro de dois ou três meses, as obras de construção do Jardim do Lago arrancam". A garantia é dada por João Esgalhado que explica que o processo será enviado esta semana para o Tribunal de Contas para aprovação. A intervenção no Largo do Rato deverá ter início no segundo semestre do ano.
Há no entanto obras inicialmente previstas no Polis que não se irão realizar. É o caso dos teleféricos para os quais não apareceram entidades particulares interessada em investir, uma vez que não acreditaram na viabilidade financeira dos projectos.
Esgalhado lembra ainda que "alguma obras terão que ser realizadas recorrendo a outro tipo de verbas como é o caso de algumas vias e pontes".