Segundo o presidente da ANIL, José Robalo, a doença
na China pode beneficiar Portugal
|
Economia
Pneumonia atípica beneficia têxtil
nacional
As empresas de têxteis e de lanifícios
portuguesas que vendem para os mercados externos estão a ganhar com a pneumonia
atípica. Os Estados Unidos deixaram de encomendar à China e voltam-se
para Portugal.
|
NC/Urbi et Orbi
|
|
|
A pneumonia atípica está a ajudar
os negócios no mercado têxtil tradicional e de laníficios. "Os
Estados Unidos cancelaram muitas encomendas com a China e isso beneficia a indústria
portuguesa. O grande problema são os nossos concorrentes que exportam para
a Europa, como os turcos", frisa José Robalo, presidente da Associação
Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), em declarações
ao DN de terça feira, 13.
Se a atípica beneficia a exportação têxtil, já
a subida do euro está a prejudicar o sector. A forte valorização
da Moeda Única, que na segunda-feira, 12, atingiu o valor mais alto desde
a sua criação em Janeiro está a criar grandes dificuldades
às empresas exportadoras portuguesas, particularmente aquelas que vendem
para fora da Zona Euro. Têxteis-lar, calçado e cerâmica são
os sectores mais afectados. Na cerâmica "há empresas que estão
a ser gravemente afectadas, verificando-se uma redução das margens
na ordem dos 10 por cento, o que pode até significar um prejuízo",
diz àquele jornal António Galvão Lucas, presidente da Associação
Portuguesa da Indústria Cerâmica (APICER). "Há claramente
uma quebra de receitas para as empresas que celebram contratos em euros e como as
matérias-primas são nacionais não existe compensação",
sublinha o responsável pela APICER.
O subsector mais afectado é o da loiça e mesa decorativa, que tem
como principais mercados o britânico e americano. A exportação
de sanitários e pavimentos foi igualmente influenciada, embora em menor escala.
Mas também o ramo têxtil-lar está a ser prejudicado pela valorização
do euro.
Mas a lista não termina aqui. Igualmente preocupado com a concorrência,
especialmente a asiática, está o sector do calçado, receando
uma diminuição da competitividade dos produtos nacionais. De resto,
não há muito a temer, já que 85 por cento da produção
é exportada para os Quinze e a generalidade das peles são transaccionadas
em dólares.
|
|
|