Por Daniel Sousa e Silva


O pavilhão da ANIL não chegou a encher, mas houve quem viesse de longe para assistir ao espectáculo

A sexta feira, dia 9, não foi um dia habitual de semana académica. Pouco depois da uma da manhã, hora a que a festa já costuma estar animada, eram ainda poucas as pessoas que se tinham dirigido ao Pavilhão da ANIL para assistir às performances dos Djs Luís Leite, Nuno Cacho e Luís Morais. Algo que, para Pedro Fonseca, membro da organização, "não é de admirar, já que os espectáculos de música electrónica costumam começar mais tarde que os concertos de bandas ao vivo".
O techno-house só entrou em cena por volta das 2h30, mas o espaço do pavilhão nunca chegou a encher. Nuno Cacho abriu as actuações com as músicas mais calmas dos três Djs. As cerca de 350 pessoas que se encontravam no pavilhão aderiram e começaram a dançar ao ritmo da batida. Durante 90 minutos o Dj remisturou algumas das mais conhecidas músicas electrónicas do mercado.
O público só se apercebeu da mudança de Dj quando o ritmo mudou substancialmente, uma vez que existem grandes semelhanças físicas entre Luís Morais e Nuno Cacho. O Dj de Coimbra conseguiu levar as pessoas para junto do palco, criando um ambiente de interacção que levou à formação de grupos que dançavam em conjunto.
O último Dj da noite trouxe nova vida a todos os que ainda resistiam no recinto. Pela primeira vez na Covilhã, Luís Leite animou com o seu poderoso espectáculo musical. No final da longa sessão de techno-house, já depois das 6h30, só restavam os verdadeiros amantes deste tipo de música.

Menos público do que esperado

O número de pessoas que rumou à ANIL foi inferior às expectativas da AAUBI, organizadora do evento. No entanto, houve quem viesse de longe para assistir ao espectáculo. Carlos Antunes tem 19 anos e veio propositadamente de Castelo Branco para assistir às performances de Luís Leite e Luís Morais, dois dos seus Djs favoritos. "Foi pena ter aparecido tão pouca gente, porque até está a ser um bom espectáculo", lamentou. Quanto ao escasso número de pessoas presente, Luís Leite apontou como possível explicação o facto de ser "um tipo de música para um género de público muito específico".
Luís Leite acredita que é possível conseguir bons resultados com uma noite só de Djs. "Já estive noutros locais completamente cheios só com Djs", mas admite ser "uma aposta um pouco arriscada". Contudo, "é uma fórmula que acaba por resultar sempre porque há pessoas que gostam muito destes espectáculos e ficam sempre até ao final", lembra um dos mais conhecidos Djs portugueses.
Na opinião do Dj residente da famosa discoteca lisboeta Alcantâra Mar, a solução para um melhor resultado "talvez passasse por um alinhamento diferente dos Djs ou, então, por se prolongar o espectáculo". No entanto, reconhece que esta situação é "um pouco complicada neste tipo de festas".
Em relação à prestação dos seus colegas, Luís Leite considera que "fizeram um trabalho normal, dentro do seu estilo próprio".