O Teatro Cine foi o palco escolhido para a apresentação de mais
uma Gala da Lusofonia na passada quarta feira, 30 de Abril. O espectáculo
juntou pessoas oriundas de oito países de língua portuguesa. A sala
encheu e o público mostrava-se curioso acerca da dimensão do espectáculo
"vi a gala no ano passado, mas ouvi dizer que este ano era mais completa
por isso resolvi vir", afirma Mónica Silva.
O principal objectivo deste projecto é, para além do intercâmbio
de culturas, dinamizar os cursos de Ciências da Comunicação,
Multimédia, Design Têxtil e do Vestuário. Este ano o curso
escolhido foi o de Design Têxtil, por isso a Gala começou com um
desfile de moda onde alunos da UBI em conjunto com alguns estilistas profissionais
tiveram oportunidade de apresentar os seus trabalhos. " Juntámos o
útil ao agradável, como somos lusófonos e temos origem africana
fomos buscar um estilista representante de cada país" explica Tatiana
Veiga, coordenadora do projecto.
A segunda parte do espectáculo funcionou como uma mostra da cultura de
cada país. Por ordem alfabética os países foram representados
com músicas e danças regionais. Os temas foram todos escolhidos
ao pormenor.
O primeiro país a ser representado foi Angola onde o tema da guerra fez
reflectir acerca da situação que tem movido a opinião pública
ultimamente. Seguiu-se a representação de países como o Brasil,
onde a Escola de Capoeira Raízes de África mostrou as suas habilidades;
Cabo Verde; Guiné-Bissau e Moçambique. A representação
de Portugal foi dedicada às comemorações dos 17 anos da UBI
e foram escolhidas duas músicas de Dulce Pontes e a declamação
de um poema de Eugénio de Andrade.
"Queríamos
dançar o Fandango ou o Vira, mas nenhum dos participantes portugueses conseguiu
ensinar os colegas", justifica Tatiana Veiga. A noite prosseguiu e a segunda
parte terminou com a mostra dos países S. Tomé e Príncipe
e Timor.
Para esta altura estava programada a actuação da conhecida Sara
Tavares, mas devido aos escassos recursos, o programa teve de ser alterado, "esperámos
apoios até hoje, mas as pessoas entendem por Lusofonia um espectáculo
de costumes africanos e não nos quiseram apoiar, por isso o que aconteceu
aqui foi um milagre ", refere Tatiana Veiga. O espectáculo terminou
em grande, com todos os participantes no palco a dançar ao ritmo do grupo
hip hop "Swimmers".
Apesar de todas as dificuldades "o espectáculo evoluiu muito, o do
ano passado era muito primário, este ano temos estilistas a sério
e um espaço muito melhor" defende Patrícia Silva apresentadora
pelo segundo ano consecutivo.
Já era tarde quando tudo terminou, mas o público saiu contente "
fizeram isto com muito esforço e só por isso merecem todo o mérito",
diz Lúcia Inocêncio.
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