Por Elizabete Cardoso


Os alunos de Design Têxtil da UBI e alguns estilistas profissionais tiveram oportunidade de apresentar os seus trabalhos

O Teatro Cine foi o palco escolhido para a apresentação de mais uma Gala da Lusofonia na passada quarta feira, 30 de Abril. O espectáculo juntou pessoas oriundas de oito países de língua portuguesa. A sala encheu e o público mostrava-se curioso acerca da dimensão do espectáculo "vi a gala no ano passado, mas ouvi dizer que este ano era mais completa por isso resolvi vir", afirma Mónica Silva.
O principal objectivo deste projecto é, para além do intercâmbio de culturas, dinamizar os cursos de Ciências da Comunicação, Multimédia, Design Têxtil e do Vestuário. Este ano o curso escolhido foi o de Design Têxtil, por isso a Gala começou com um desfile de moda onde alunos da UBI em conjunto com alguns estilistas profissionais tiveram oportunidade de apresentar os seus trabalhos. " Juntámos o útil ao agradável, como somos lusófonos e temos origem africana fomos buscar um estilista representante de cada país" explica Tatiana Veiga, coordenadora do projecto.
A segunda parte do espectáculo funcionou como uma mostra da cultura de cada país. Por ordem alfabética os países foram representados com músicas e danças regionais. Os temas foram todos escolhidos ao pormenor.
O primeiro país a ser representado foi Angola onde o tema da guerra fez reflectir acerca da situação que tem movido a opinião pública ultimamente. Seguiu-se a representação de países como o Brasil, onde a Escola de Capoeira Raízes de África mostrou as suas habilidades; Cabo Verde; Guiné-Bissau e Moçambique. A representação de Portugal foi dedicada às comemorações dos 17 anos da UBI e foram escolhidas duas músicas de Dulce Pontes e a declamação de um poema de Eugénio de Andrade.

"Queríamos dançar o Fandango ou o Vira, mas nenhum dos participantes portugueses conseguiu ensinar os colegas", justifica Tatiana Veiga. A noite prosseguiu e a segunda parte terminou com a mostra dos países S. Tomé e Príncipe e Timor.

Para esta altura estava programada a actuação da conhecida Sara Tavares, mas devido aos escassos recursos, o programa teve de ser alterado, "esperámos apoios até hoje, mas as pessoas entendem por Lusofonia um espectáculo de costumes africanos e não nos quiseram apoiar, por isso o que aconteceu aqui foi um milagre ", refere Tatiana Veiga. O espectáculo terminou em grande, com todos os participantes no palco a dançar ao ritmo do grupo hip hop "Swimmers".
Apesar de todas as dificuldades "o espectáculo evoluiu muito, o do ano passado era muito primário, este ano temos estilistas a sério e um espaço muito melhor" defende Patrícia Silva apresentadora pelo segundo ano consecutivo.
Já era tarde quando tudo terminou, mas o público saiu contente " fizeram isto com muito esforço e só por isso merecem todo o mérito", diz Lúcia Inocêncio.