Evelina Coelho tenta passar para a sociedade o mistério
que envolve as mulheres
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Exposição no Museu de
Lanifícios
Mulher sempre Mulher
O elemento feminino dá nome a uma
exposição onde se expressam sentimentos com cores.
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Por Sandra Carvalho
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Integrada nas comemorações do 17º
Aniversário da UBI, decorreu no dia 30 de Abril a cerimónia de inauguração
da exposição de pintura "Mulher", da artista plástica
Evelina Coelho. Na Galeria de Exposições Temporárias do Museu
de Lanifícios estão patentes ao público, até ao dia
31 de Maio de 2003, algumas das mais recentes criações da pintora.
Evelina Coelho é a autora da capa de um dos livros de Antonieta Garcia, docente
da UBI, e foi nessa ocasião que surgiu o convite por parte do reitor Manuel
dos Santos Silva para expor os seus trabalhos nesta instituição.
As mulheres são o único tema pintado por Evelina Coelho, porque "são
elas a origem da vida, do amor, da ternura". A pintora justifica que pinta
mulheres porque foi criada por uma mulher e esta envolve muito mais mistério
que o homem, por ser mais sensual. "Devo a vida a uma mulher", frisa a
pintora.
A sua técnica é inconfundível: pinta a aguarela, pastel, lápis
de cor e a óleo. Em vários trabalhos utiliza a mistura de diferentes
técnicas. Aprendeu com a mãe a usar as aguarelas, enveredou depois
pelos óleos, mas a aguarela continua a estar sempre presente. Usa as tintas
muito diluídas para obter melhores resultados e para deixar sobressair as
transparências das cores. "Os meus quadros enchem uma parede, uso cores
muito radiosas", afirma a pintora.
Numa fase menos boa da sua carreira, após a morte da sua mãe, Evelina
Coelho começou a usar cores mais escuras e a pintar pessoas com o rosto encoberto.
Ultrapassada esta fase, volta ao seu estilo e recupera a alegria de viver. "Sou
uma mulher muito alegre e isso reflecte-se na minha pintura", comenta a pintora.
Os pássaros, em conjunto com as mulheres, estão presentes em quase
todas as as obras. Evelina Coelho explica que os pássaros lhe recordam a
liberdade de agir, por não gostarem de estar presos: "isso reflecte
um pouco a minha vida", justifica. "Gosto de viver no campo, a cidade
atrofia-me", diz a artista. Os pássaros são também utilizados
para reforçar diferentes ideias: pintados a azul lembram a Primavera e a
sua chegada, pintados a castanho mostram a sua partida e a chegada do Outono.
A pintora refere que todos os quadros lhe dão um prazer especial, porque
faz aquilo que mais gosta: pinta e vive no campo. Sente-se feliz quando as pessoas
compram os seus quadros porque isso significa que gostam deles e admiram o seu trabalho.
"As pessoas que adquirem os meus quadros não são snobs, porque
eu não sou ninguém de renome, não sou a Paula Rego".
Os quadros que mais a marcaram, como o quadro que ganhou a medalha de bronze numa
exposição internacional em Barcelona, nunca foram expostos, guarda-os
só para si. Questionada acerca do seu estilo, Evelina Coelho diz que pinta
aquilo que gosta e não segue nenhum estilo: "as pessoas ou gostam ou
não gostam", remata a pintora. Tem como referências nomes como
Chagal e Picasso, mas não segue o seu estilo. Críticos de arte dizem
que é uma pintura à parte. É uma mulher cheia de vida que procura
transmitir através da sua arte o seu estado de espírito e reflectir
para a sociedade o mistério que envolve as mulheres.
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