Os 148 fogos de habitação social estão
praticamente concluídos
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Habitação Social no Tortosendo
Discórdia continua
A direcção do Sport Tortosendo
e Benfica instaurou uma acção judicial contra a Câmara da
Covilhã e a Junta de Freguesia do Tortosendo. A autarquia diz-se "indignada"
e aprovou uma Moção de Censura contra os dirigentes do clube. Em
causa está a construção de 148 fogos de habitação
social.
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Por Catarina Rodrigues
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A Câmara Municipal da Covilhã aprovou,
na última reunião do executivo, uma Moção de Censura
contra a direcção do Sport Tortosendo e Benfica (STB). A proposta
foi apresentada pelo vereador do Urbanismo João Esgalhado a propósito
da polémica gerada em torno da construção de 148 fogos de habitação
social no Tortosendo.
O Sport Tortosendo e Benfica alega que o terreno onde a habitação
está a ser construída é propriedade do clube devido a uma doação
efectuada em 1980-1982 pela Junta e Assembleia de Freguesia da vila. De tal modo
que no passado mês de Abril, foi instaurada uma acção judicial
por parte da actual direcção do STB que acusa a Junta de Freguesia
do Tortosendo e a Câmara da Covilhã de "violação
grosseira" na apropriação dos terrenos.
João Esgalhado afirma estar "surpreendido e indignado" pelo facto
de só no final da construção estar praticamente concluída
ser interposta esta acção. "Se o clube entendia que tinha direito
sobre o terreno poderia de imediato ter interposto uma providência cautelar
impedindo na altura a construção dos fogos".
Existiam por parte do clube intenções de desenvolver alguns projectos
naquela área, nomeadamente no melhoramento das instalações
desportivas. O STB apresentou um ofício à autarquia com as suas ambições.
Na sequência disso a Câmara elaborou um protocolo com a Somague, empresa
responsável pela construção da habitação social,
que já incluía a execução das obras ambicionadas pelo
STB.
Segundo João Esgalhado, "este processo deve-se a questões de
natureza político-partidária" e acrescenta que o Sport Tortosendo
e Benfica está a impedir a entrega dos fogos a uma série de pessoas
que necessitam de habitação".
Miguel Nascimento, vereador do Partido Socialista na Câmara da Covilhã,
lamenta "todo este processo conturbado" e considera que "fica mal
à Câmara censurar as associações". O vereador optou
por isso pela abstenção. Nascimento afirma que só não
votou contra porque o PS não se opõem à habitação
social. O vereador da oposição explica que "o Partido Socialista
não tem qualquer tipo de estratégia porque seria um absurdo utilizar
a habitação social para fins políticos como a maioria do executivo
quer deixar transparecer".
Miguel Nascimento lembra ainda o facto do Tribunal de Contas (TC) não ter
visado a construção da habitação social. João
Esgalhado explica que o TC "não recusou vistos relativamente ao empreendimento
do Tortosendo, apenas pediu alguns esclarecimentos que foram prestados". A
autarquia aguarda agora a emissão do parecer do Tribunal de Contas.
O processo movido pela direcção do Sport Tortosendo e Benfica encontra-se
no Tribunal da Covilhã. Para João Esgalhado "esta é uma
acção a ganhar pelo município e pela junta, mas pode levar
algum tempo". O vereador com a pasta do Urbanismo afirma ainda que "o
clube não tem qualquer documento que comprove a posse dos terrenos".
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