Livros, louças, mobiliário, jóias
e moedas foram alguns dos produtos à venda
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Mobiliário marca iniciativa
Velharias na Covilhã
Depois do artesanato, as velharias invadiram
o centro da cidade numa iniciativa organizada pela Câmara Municipal.
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Por Liliana Machadinha
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O centro da cidade foi o espaço escolhido
para acolher a 1ª Feira das Velharias que decorreu entre os dias 1 e 4 de Maio.
Fernando Dias Gregório, expositor de mobiliário do Dominguiso, refere
que "já era altura da Covilhã ter uma feira desde tipo, até
porque existem muitos negociadores desde ramo na região". Conta ainda
que trabalha há mais de 30 anos com mobiliário. "Comecei a mexer
em móveis desde pequeno. Já o meu pai os restaurava e vendia. Por
isso sempre me interessei. Aprendi o ofício e acabei por herdar o negócio."
Diz que as dificuldades desta profissão "prendem-se com as constantes
deslocações para dentro e fora do País e com questões
de restauração". Fernando Gregório, afirma ainda, que
"desde há uns dez anos para cá o interesse por peças antigas
tem crescido. As pessoas compreenderam o valor das antiguidades, principalmente
as gerações mais novas".
No que respeita à organização, este comerciante caracteriza-a
como "fora de série, para a primeira vez que é feita." A
Feira de Velharias teve uma "boa adesão" da parte da população,
pelo que Fernando Gregório classifica o saldo de vendas de bastante positivo.
"Vendi cerca de 40 a 50 peças e troquei outras", refere.
Já Maria Maia de Almeida, igualmente expositora, mas de produtos variados
(moedas, máquinas fotográficas e salvas de prata, por exemplo) assegura
que a deslocação "não deu para os gastos" e considera
o "saldo de vendas muito pobre. Apesar de serem muitos os interessados nos
nossos produtos, a crise económica que se vive atinge também este
sector. As pessoas não têm dinheiro para comprar produtos considerados
de luxo". Maria de Almeida conta que são "poucas as pessoas que
vivem somente deste negócio, porque ou os visitantes da feira não
têm dinheiro ou, por ser a primeira vez que se fez o evento na Covilhã,
não sabiam o que vinham encontrar".
Esta expositora do Seixal certifica que a organização do acontecimento
é "boa", mas deixa uma advertência: "a feira não
deveria ser de quatro dias, torna-se muito esgotante tanto para os vendedores com
para os visitantes". Segundo a comerciante, "a pouca publicidade ao evento
também contribuiu para as baixas vendas".
Ana Maria Carneiro também é negociante de velharias, mas passou pela
feira apenas como visitante. Confirma que é o "gosto pelo que é
antigo" que a motiva a procurar estas iniciativas. Mas avisa que os "compradores
têm que ter muito cuidado nestes sítios, pois pode-lhes ser vendido
gato por lebre". Ana Carneiro aponta o dedo à falta de publicidade e
diz que o espaço escolhido deveria ser outro, pois antiguidades nada têm
a ver com a feira que decorreu a semana anterior no mesmo espaço.
Estiveram presentes na feira negociantes de antiguidades de todo o País.
Os visitantes puderam apreciar sobretudo mobiliário, mas também livros,
louças, jóias e moedas.
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