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Trabalhadores estão preocupados

A deputada do Partido Comunista Português (PCP), Luísa Mesquita, mostra confiança no futuro das minas da Panasqueira e acredita na sua viabilidade. A deputada deixou uma nota de esperança no final da visita que fez ao Couto Mineiro, na terça feira, 15, bem como a "vontade" da Beralt Tin "de modernizar a mina e de ela continuar a ser uma aposta económica para uma região que tem sido fustigada por problemas de natureza sócio-económica complicadíssimos". Luísa Mesquita não esconde, porém, preocupações que lhe foram deixadas pelo Sindicato Mineiro, que dão conta que "as questões de higiene e segurança não estão totalmente resolvidas". Mesmo assim, a comunista considera que "há condições para que a empresa funcione, haja vontade da administração e parceiros económicos de continuar a investir".
Entretanto, Luísa Mesquita recebeu a garantia de que a venda das minas da Panasqueira, do grupo económico Advocet, a uma empresa canadiana, está para breve. Todas as autorizações necessárias para a transacção já foram dadas, estando o processo dependente apenas de algumas formalidades, as queis poderão estar resolvidas até final deste mês. "Esta é uma oportunidade fundamental para o futuro da mina, uma vez que vai permitir a realização de novos investimentos, nomeadamente ao nível da aquisição de equipamentos e modernização da estrutura", considera Ramachondra Naike, administrador-delegado da empresa que detém a exploração das minas, a Beralt Tin. Esta e Sindicato Mineiro estiveram reunidos com a deputada do PCP, uma iniciativa que Naike refere ser de grande importância. "A empresa está numa situação em que tem sobrevivido quase permanentemente e há esperança que continue. Quanto mais reconhecimento houver junto das autoridades, mas segurança e sustentabilidade se dá a esta mina", declara aquele responsável. Contudo e apesar da vontade expressa pela administração, os trabalhadores e estrutura sindical estão preocupados com o futuro. "Desde que a empresa reabriu em 1994 que não são feitas prospecções nem preparações. E se não forem tidas em conta estas duas vertentes, esta mina não durará por muito mais tempo", alerta José Isidoro, do Sindicato Mineiro. De acordo com Luísa Mesquita, "os trabalhadores receiam que existam parcerias económicas resolvidas, clientes interessados, mas que não haja matéria-prima para responder às necessidades".
A deputada comunista visitou ainda o Centro de Solidariedade Social de São Jorge da Beira e o Centro Comunitário das Minas da Panasqueira.


Contratação de mulheres espera parecer do IDICT



O Instituto para o Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (IDICT) ainda não respondeu ao ofício enviado pela administração da Beralt Tin a solicitar parecer sobre a contratação de mulheres para trabalharem no interior da mina. Uma decisão tomada pela empresa depois de o Sindicato Mineiro ter alegado que a contratação é ilegal. Porém, Ramachondra Naike garante que "já há cinco ou seis mulheres interessadas" e lembra que esta acção "não é inédita". O administador-delegado explica ainda que, hje em dia, "a mecanização facilita a tarefa das mineiras, já que não existe grande esforço físico".