"Para mim não há melhor começo de investigação
do que aquele que é feito por intermédio da fotografia". A
palavras são de António Garcia Borges, autor do livro "História
Urbana em Postais e Fotografias da Freguesia de Santa Maria da Covilhã
(1890-2000)". O lançamento da obra teve lugar na passada quarta feira,
23 de Abril, Dia Internacional do Livro.
Trata-se de uma recolha fotográfica sobre a mais antiga das quatro freguesias
da cidade da Covilhã. Ruas, fábricas, igrejas e os mais diversos
edifícios merecem um lugar de destaque no livro de Borges. Muitos dos locais
referidos já não existem daí a importância histórica
da obra. "Sempre gostei de história e estas coisas trazem-nos cultura",
revela o escritor. António Garcia Borges consegue as fotos e os postais
através de fotógrafos, antiquários, alfarrabistas e particulares.
A fotografia mais antiga que tem em sua posse é dos Paços do Concelho
e data de 1860.
O autor covilhanense de 57 anos leva já mais de três décadas
na recolha de documentação fotográfica sobre toda a cidade.
António Rebordão, presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria,
entidade que apoiou a edição do livro, recorda que "é
a primeira vez que ajuda a concretizar um trabalho com estas características".
O autarca adianta que a Junta está a preparar a edição de
mais um livro. Desta vez será feita toda a história da freguesia.
Um trabalho que contará com a colaboração de professores
da Universidade da Beira Interior, técnicos da Biblioteca Municipal e arquitectos.
Segundo Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, "ser
capaz de recolher e seleccionar estas imagens é um mérito de quem
gosta de fotografia e história, mas sobretudo de quem gosta da cidade".
O autarca salientou ainda a importância de recuperar e preservar as zonas
históricas. "Neste domínio a freguesia de Santa Maria é
um exemplo a seguir", refere.
António Garcia Borges prepara já outros trabalhos. O próximo
livro está em estudo e será sobre a freguesia de São Martinho.
Também a freguesia da Conceição é "uma paixão"
do escritor. Sobre esta temática Borges está a realizar um estudo
das fábrica de lanifícios existentes desde o início do século
XX até aos nossos dias.
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