Futuro do Desporto municipal debatido nos Penedos Altos
Autarquia prepara Regulamento e Carta Desportiva do Concelho
A sexta edição da Tertúlia
Academista dos Penedos Altos reuniu 35 colectividades para debater o futuro do
desporto no concelho. O Complexo Desportivo centrou as atenções
mas também ficou o aviso para que não se esqueçam as infra-estruturas
já existentes.
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Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi
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Cerca de 35 colectividades marcaram presença na Tertúlia Academista
realizada na última sexta feira, 11. Uma iniciativa organizada pelo Académico
dos Penedos Altos, da Covilhã, que vai já na sua sexta edição.
Em cima da mesa, o tema "As novas infra-estruturas desportivas municipais
- Que futuro?" prometia "aquecer" a noite e as perspectivas de
um bom debate acabaram por se confirmar.
A discussão abordou vários tópicos e modalidades, mas acabou
por se centrar muito no atletismo e no futuro Complexo Desportivo da Covilhã.
Uma estrutura que, apesar de ainda não ter sido inaugurada recebe, no próximo
dia 25 de Abril, uma prova do Agrupamento das Beiras, que envolve várias
centenas de atletas. A rentabilização daquele espaço foi,
aliás, o tópico mais debatido, e é já certo que vai
funcionar mediante o critério de "utilizador-pagador". Quem o
defende é Joaquim Matias, vereador com o Pelouro do Desporto na Câmara
serrana. O autarca justifica a medida e acredita que "as pessoas dão
mais valor às coisas quando têm que pagar por elas, nem que seja
um preço simbólico". Por outro lado, explica, "se os utilizadores
pagarem, então podem exigir melhores condições, se não
pagarem, também não têm direito a reclamar". De qualquer
modo, sublinha o vereador, "o Complexo Desportivo vai estar de portas abertas
a toda a gente, sejam colectividades, sejam pessoas individuais. O que interessa
é rentabilizar um espaço que tanto esforço financeiro exige
da Câmara".
A medida do utilizador-pagador é apenas mais uma do regulamento para a
gestão dos espaços desportivos do concelho. Um diploma ainda em
fase de estruturação que está a ser orientado pelo autarca,
e que conta com a colaboração de vários agentes desportivos
e dirigentes associativos do município. Em fase de preparação
está, também, uma Carta Desportiva do Concelho. Um documento que
se destina a "dar a conhecer, em pormenor, a rede de infra-estruturas desportivas
concelhias, de modo a saber que tipo de actividades se podem realizar e em que
locais".
Também presente na Tertúlia, o vereador socialista na autarquia,
Miguel Nascimento, recorda que "o desporto também é uma estratégia
de desenvolvimento local, regional e nacional, porque arrasta consigo um conjunto
de mais-valias como investimentos e empresas". Por isso, o socialista recomenda
que o novo Complexo Desportivo "nasça com esta vertente bem definida,
porque o desporto também é uma indústria".
Acabar com "elefantes brancos"
Com um conjunto de valências de excelente qualidade, como as pistas de atletismo,
consideradas unanimemente como sendo das melhores do País, o Complexo Desportivo
da Covilhã representa um investimento avultado. Por isso, lembram os responsáveis
do atletismo distrital, "é preciso dar-lhe uso, enchê-lo de
atletas, rentabilizá-lo". Joaquim Matias partilha da mesma opinião
e deixa o desafio aos dirigentes associativos, para que promovam actividades que
se possam realizar naquele espaço.
Por outro lado, Francisco Abreu, antigo responsável do Instituto Português
da Juventude em Castelo Branco, recorda que "se é preciso rentabilizar
os novos espaços, também não se podem esquecer os 'brinquedos'
velhos, sob pena de se perder o amor a infra-estruturas que também custaram
a nascer e que são símbolos das respectivas colectividades".
Uma opinião também defendida por Matias, que se mostrou bastante
cáustico em relação a situações de sub-aproveitamento
de estruturas existentes. O vereador defende que, "o concelho está
bem apetrechado ao nível de infra-estruturas", mas reconhece a existência
de "elefantes brancos", associações que não estão
a promover actividades nas suas instalações embora tenham possibilidade
de o fazer. Por isso, avisa o autarca, "a Câmara não vai apoiar
colectividades que não promovam eventos de interesse municipal". O
autarca recorda que a edilidade investiu, nos últimos quatro anos, cerca
de sete milhões de euros (um milhão e 400 mil contos) em infra-estruturas
para o associativismo, e que agora têm que ser as colectividades a dar-lhe
uso. "Hoje é preciso que os dirigentes associativos encontrem, por
si, estratégias para ultrapassar as dificuldades. A Câmara já
lhes forneceu as ferramentas, agora têm que as saber utilizar".
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