O Teatro Cine da Covilhã encheu para assistir a mais de duas horas de
espectáculo cómico. Fernando Mendes acompanhado por uma equipa de
seis elementos proporcionaram aos espectadores covilhanenses momentos de boa disposição,
a avaliar pelos constantes aplausos que receberam. As aclamações
intensificaram-se quando um dos elementos do grupo interrompeu o espectáculo
para render uma singela homenagem a Camacho Costa, "um colega e amigo"
que fazia parte do elenco nas digressões pelo País.
No final do espectáculo, Fernando Mendes sublinhou que a revista à
portuguesa continua em força apesar de muitas pessoas não acreditarem
neste tipo de teatro. "É importante numa revista a empatia entre o
público e os actores. Quando sentimos que o público é bom,
podemos dar muito mais de nós como profissionais", confessa o actor
salientando que os espectadores são actores principais, já que sem
estes não há espectáculos.
Fernando Mendes é também conhecido no panorama televisivo. Contudo,
já não faz televisão há um ano e meio, mas espera
regressar ao convívio dos telespectadores o mais breve possível.
Confessa que houve uma altura em que "fazia muitas coisas ao mesmo tempo".
Isto deixava-o bastante cansado. Todavia, tem já alguns projectos em apreciação
nas televisões e espera poder regressar aos ecrans brevemente.
"A revista faz parte de mim porque nasci neste meio, no Parque Mayer. Quando
vou para o palco tenho a sensação que estou a viajar pelo mundo
da criação e do imaginário. É ali que gosto de estar.
É, no fundo, a minha casa", afirma o actor para quem o "futuro
a Deus pertence". Por isso, não tem nenhum projecto em carteira. "Espero
que as coisas aconteçam naturalmente", disse, sublinhando que por
agora só pensa em continuar com a revista à portuguesa pelo País
e nos espectáculos que estão agendados para o Verão.
António João, um dos espectadores presentes no teatro, enfatiza
a importância do regresso do Fernando Mendes e o seu grupo à Covilhã.
"Apesar da crise económica que o País atravessa, as pessoas
encontram no teatro de Revista uma das formas de entretenimento que as leva a
esquecer os problemas", frisa. Instado a pronunciar-se sobre se a cultura
terá sido vítima das restrições orçamentais
impostas pelo Governo, este espectador disse que o papel do Ministério
da Cultura é propor a Cultura ao nível nacional. "Esta crise
faz com que o Interior fique prejudicado e a Cultura seja relegada para segundo
plano", afirma, esperando que a nova direcção do Teatro Cine
promova acções culturais com vista a proporcionar aos munícipes
momentos de diversão
Para Horácio Carvalho, responsável pela nova gestão do Teatro
Cine, a qualidade da indústria cultural é a grande aposta da gerência.
"Sem sectarismo apostamos na qualidade e diversificação de
espectáculos como forma de habituar as pessoas", garante o responsável
sublinhando a procura crescente por parte do público.
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