Por Carlos Borges


O humor de Fernando Mendes foi uma constante ao longo do espectáculo

O Teatro Cine da Covilhã encheu para assistir a mais de duas horas de espectáculo cómico. Fernando Mendes acompanhado por uma equipa de seis elementos proporcionaram aos espectadores covilhanenses momentos de boa disposição, a avaliar pelos constantes aplausos que receberam. As aclamações intensificaram-se quando um dos elementos do grupo interrompeu o espectáculo para render uma singela homenagem a Camacho Costa, "um colega e amigo" que fazia parte do elenco nas digressões pelo País.
No final do espectáculo, Fernando Mendes sublinhou que a revista à portuguesa continua em força apesar de muitas pessoas não acreditarem neste tipo de teatro. "É importante numa revista a empatia entre o público e os actores. Quando sentimos que o público é bom, podemos dar muito mais de nós como profissionais", confessa o actor salientando que os espectadores são actores principais, já que sem estes não há espectáculos.
Fernando Mendes é também conhecido no panorama televisivo. Contudo, já não faz televisão há um ano e meio, mas espera regressar ao convívio dos telespectadores o mais breve possível. Confessa que houve uma altura em que "fazia muitas coisas ao mesmo tempo". Isto deixava-o bastante cansado. Todavia, tem já alguns projectos em apreciação nas televisões e espera poder regressar aos ecrans brevemente.
"A revista faz parte de mim porque nasci neste meio, no Parque Mayer. Quando vou para o palco tenho a sensação que estou a viajar pelo mundo da criação e do imaginário. É ali que gosto de estar. É, no fundo, a minha casa", afirma o actor para quem o "futuro a Deus pertence". Por isso, não tem nenhum projecto em carteira. "Espero que as coisas aconteçam naturalmente", disse, sublinhando que por agora só pensa em continuar com a revista à portuguesa pelo País e nos espectáculos que estão agendados para o Verão.
António João, um dos espectadores presentes no teatro, enfatiza a importância do regresso do Fernando Mendes e o seu grupo à Covilhã. "Apesar da crise económica que o País atravessa, as pessoas encontram no teatro de Revista uma das formas de entretenimento que as leva a esquecer os problemas", frisa. Instado a pronunciar-se sobre se a cultura terá sido vítima das restrições orçamentais impostas pelo Governo, este espectador disse que o papel do Ministério da Cultura é propor a Cultura ao nível nacional. "Esta crise faz com que o Interior fique prejudicado e a Cultura seja relegada para segundo plano", afirma, esperando que a nova direcção do Teatro Cine promova acções culturais com vista a proporcionar aos munícipes momentos de diversão
Para Horácio Carvalho, responsável pela nova gestão do Teatro Cine, a qualidade da indústria cultural é a grande aposta da gerência. "Sem sectarismo apostamos na qualidade e diversificação de espectáculos como forma de habituar as pessoas", garante o responsável sublinhando a procura crescente por parte do público.