Escola de São Domingos
Pais contra extinção do 7º ano
Numa reunião concorrida, pais, alunos,
docentes e presidentes de Junta manifestam-se contra a possibilidade de o 7º
ano na Escola de São Domingos vir a acabar, já no próximo
ano lectivo. Para já, querem uma explicação oficial da DREC.
|
Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi
|
|
A possível extinção do 7º ano de escolaridade na Escola
Básica 1º, 2º e 3º Ciclos de São Domingos (Cantar
Galo) está a gerar o descontentamento e preocupação no seio
da comunidade. A Associação de Pais e Encarregados de Educação
opõe-se à hipótese avançada pelo Ministério
da Tutela, através da Direcção Regional de Educação
do Centro (DREC) de, já no próximo ano lectivo, o estabelecimento
não aceitar matrículas para aquele ano de ensino. Assim, a Associação,
depois da reunião que juntou pais, professores e os presidentes das Juntas
de Cantar Galo e Vila do Carvalho, na quinta feira , 10, vai pedir uma explicação
oficial à DREC sobre esta hipótese. "Esta é uma situação
que apanhou toda a comunidade escolar de surpresa. Os pais estão muito
preocupados, por isso aderiram em massa a esta reunião", refere Vitor
Costa, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação.
"Estávamos à espera que a Escola viesse a ter o 10º, 11º
e 12º ano, mas afinal, vão tirar o 3º ciclo", alerta aquele
responsável. A extinção do 7º ano, e que se deverá
aplicar também aos anos lectivos seguintes, 8º e 9º, trata-se
de "uma intenção da Rede Escolar", comunicada pelo Conselho
Excutivo ao representante dos pais no Conselho Pedagógico.
De facto, a presidente do órgão máximo do estabelecimento
de ensino, Marina Franco, confirma tal intenção. "A informação
que me foi dada nessa reunião em Coimbra é que o ensino se passaria
a estruturar em infantil, básico e secundário. Já no final
do encontro, disseram-me que para não protelar a situação
seria útil que a Escola de São Domingos já não efectuasse
matrículas para o 7º ano", esclarece Marina Franco. Quanto às
razões apresentadas para tal tomada de atitude, a presidente do Conselho
Excutivo assegura que não foram dadas nenhumas. "Apenas a necessidade
de reestruturação do ensino", assevera. A responsável
refere ainda que o estabelecimento de São Domigos é o único
no concelho da Covilhã nesta situação.
"Transtornos são inumeráveis"
Para o presidente da Junta de Freguesia de Cantar Galo, Carlos Sousa, a verificar-se
esta intenção, os transtornos para os pais, encarregados de educação
e alunos, são "inumeráveis". "Desde o desajustamento
do horário laboral ao escolar, os transportes, o afastamento das crianças
ao meio", enumera Carlos Sousa, que enaltece o "bom funcionamento pedagógico,
administrativo e gestionário" de que o estabelecimento é exemplo.
Além disso, o autarca assinala o facto de o modelo de escola integrada
ter tido um "enorme sucesso". Porque, explica Carlos Sousa, "o
corpo docente tem conhecimento da realidade envolvente, dos problemas sociais
que existem, das especificidades da freguesia". O presidente da Associação
de Pais também não percebe o porquê desta situação.
"Os alunos vão ter que ir para as escolas da cidade, que já
estão a abarrotar. Este é um estabelecimento que tem todas as condições.
Será que a DREC e Ministério da Educação não
vêm isso?", questiona Vitor Martins.
Caso a intenção se venha a concretizar, a Escola de São Domingos
poderá vir a perder, já em Setembro, cerca de 60 alunos. Ao todo,
frequentam o 7º, 8º e 9º anos perto de 180 alunos.
|