Por Catarina Rodrigues


O médico João Cravino é natural da Covilhã

João Cravino, director do Serviço de Cardiologia no Hospital de Santa Maria, em Lisboa e um dos maiores especialistas, nesta área, a nível nacional foi contratado pela Universidade da Beira Interior para leccionar na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). De acordo com o programa pedagógico, o médico começará a dar aulas já no próximo ano lectivo.
O especialista, natural da Covilhã, está também a criar as condições básicas para começar a fazer cirurgia torácica no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), onde dá consultas quinzenais desde o passado mês de Janeiro. Ao todo já forma atendidos cerca de 40 doentes, entre 8 e 10 por cada consulta. "Uns estão para ser operados, outros estão no período pós-operatório de cirurgia cardíaca feita no Hospital de Santa Maria", explica João Cravino.
Segundo o médico, numa primeira fase poderá ser realizada cirurgia torácica, ou seja, cirurgia pulmonar e da pleura, no CHCB, uma situação que poderá ocorrer dentro dos próximos seis meses. "A cirurgia cardíaca é ainda algo difícil de concretizar", refere.
No Centro Hospitalar, o equipamento existe, falta a presença de médicos da área da cirurgia cardiotorácica, que segundo João Cravino virão do Hospital de Santa Maria. "Essas pessoas serão treinadas para continuar o pós-operatório dos doentes", explica. Inicialmente será o próprio a fazer as cirurgias juntamente com dois colegas. Depois espera-se a agregação de outros médicos.
João Cravino conta com que os pneumonolistas dos Hospitais de Castelo Branco e da Guarda encaminhem os doentes para o Centro Hospitalar Cova da Beira.
O médico marcou presença na Covilhã para uma conferência intitulada "Cirurgia Reconstrutiva Mitral". A palestra inseriu-se num programa científico, com vários especialistas convidados, que reuniu o CHCB e a FCS da UBI na passada sexta feira, 11.
Este especialista sublinha o papel da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI para o desenvolvimento da ciência, da cirurgia e da própria medicina. "Se não fosse a Universidade, a Covilhã tinha morrido", remata.