João Cravino, director do Serviço de Cardiologia no Hospital de
Santa Maria, em Lisboa e um dos maiores especialistas, nesta área, a nível
nacional foi contratado pela Universidade da Beira Interior para leccionar na
Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). De acordo com o programa pedagógico,
o médico começará a dar aulas já no próximo
ano lectivo.
O especialista, natural da Covilhã, está também a criar as
condições básicas para começar a fazer cirurgia torácica
no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), onde dá consultas quinzenais
desde o passado mês de Janeiro. Ao todo já forma atendidos cerca
de 40 doentes, entre 8 e 10 por cada consulta. "Uns estão para ser
operados, outros estão no período pós-operatório de
cirurgia cardíaca feita no Hospital de Santa Maria", explica João
Cravino.
Segundo o médico, numa primeira fase poderá ser realizada cirurgia
torácica, ou seja, cirurgia pulmonar e da pleura, no CHCB, uma situação
que poderá ocorrer dentro dos próximos seis meses. "A cirurgia
cardíaca é ainda algo difícil de concretizar", refere.
No Centro Hospitalar, o equipamento existe, falta a presença de médicos
da área da cirurgia cardiotorácica, que segundo João Cravino
virão do Hospital de Santa Maria. "Essas pessoas serão treinadas
para continuar o pós-operatório dos doentes", explica. Inicialmente
será o próprio a fazer as cirurgias juntamente com dois colegas.
Depois espera-se a agregação de outros médicos.
João Cravino conta com que os pneumonolistas dos Hospitais de Castelo Branco
e da Guarda encaminhem os doentes para o Centro Hospitalar Cova da Beira.
O médico marcou presença na Covilhã para uma conferência
intitulada "Cirurgia Reconstrutiva Mitral". A palestra inseriu-se num
programa científico, com vários especialistas convidados, que reuniu
o CHCB e a FCS da UBI na passada sexta feira, 11.
Este especialista sublinha o papel da Faculdade de Ciências da Saúde
da UBI para o desenvolvimento da ciência, da cirurgia e da própria
medicina. "Se não fosse a Universidade, a Covilhã tinha morrido",
remata.
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