A concorrência desleal vinda de Espanha é uma das preocupações de Carlos Tomás
Materiais de construção
Albicastrense lidera Associação de Comerciantes

O albicastrense Carlos Tomás é o novo presidente da Associação Portuguesa dos Comerciantes de materiais de construção. Nos dias 2 e 3 de Maio, os associados reúnem em Congresso Anual na Covilhã.


Céu Lourenço
NC/Urbi et Orbi


Carlos Tomás, administrador da empresa J. Castanheira, SA, localizada em Castelo Branco, é o novo presidente da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção. Submetida a sufrágio a lista única encabeçada pela J. Castanheira, SA foi
eleita por unanimidade.
Contando 46 anos, este albicastrense de raiz, tem uma vida ligada ao ramo de negócios de materiais de construção, para além de ter contribuído para o desenvolvimento do desporto motorizado, tendo sido inclusive, presidente da Escuderia de Castelo Branco. Foi ainda membro da direcção da APCMC desde 1989.
A sua eleição para o novo cargo, segundo refere,"foi não só uma honra para mim, como também e essencialmente para a empresa que represento, porque não é todos os dias que se assiste, a que uma empresa do Interior do País, venha assumir a presidência de uma associação com 50 anos de existência e com o peso que tem a nível do comércio nacional".Sendo o sector da construção o segundo da economia nacional, a associação
representa 900 empresas, o que permite "a defesa dos interesses dos associados e ao mesmo tempo proporcionar-lhes alguns benefícios sectoriais". Relativamente às actividades para o biénio, o presidente salienta que "a criação a nível nacional de um conselho consultivo" é uma das prioridades que "esta direcção vai ter, chamando empresas de referência, no sentido de que a própria direcção se reuna das opiniões dos nossos colegas a nível nacional, porque nem todo o País é igual, havendo problemas que se existem numa determinada região, há outra que não os têm".
Carlos Tomás, anunciou que durante uma Assembleia Geral da Ufemat - Federação das Associações dos Comerciantes de materiais de construção da Europa- a realizar de 18 a 20 de Setembro em Londres, "tudo leva a crer que a presidência deste importante organismo, venha a ser assumido pelo nosso País" considerando ser este cargo "um valor acrescentado à nossa Associação, não só a nível nacional como também europeu, com a particularidade de ser a primeira vez, que uma associação de um país do sul da Europa, assume a presidência desta organização europeia".
Previsto está ainda a realização do Congresso Anual da Associação na cidade da Covilhã, nos dias 2 e 3 de Maio. Para apresentar a associação a que preside, Carlos Tomás, deslocou-se no domingo, 13 e segunda feira, 14, a Madrid onde vai estar presente na reunião da Federação Europeia dos Armazenistas de Produtos Sanitários e Aquecimento.

Quebras de vendas de 40 por cento

O responsável manifesta a sua preocupação pelo facto de existir uma projecção do trimestre deste ano "em que há indicadores altamente preocupantes com quebras de vendas na ordem dos 40 por cento. Embora esteja céptico, existe no entanto um expectativa para um arranque no segundo semestre deste ano".
Carlos Tomás, espera que a Lei Laboral, possa ter influência para uma melhoria no sector, advertindo ainda para a concorrência desleal que se verifica na zona de fronteira com Espanha "há quem esteja a invadir o nosso País com matérias, que são compradas directamente, sem facturas, provocando logo uma desvantagem de 19 por cento do valor do IVA". Para agravar esta situação, o presidente da Associação salienta que "tratam-se de matérias duvidosas" citando o exemplo de uma região próxima de Castelo Branco, em que houve uma empresa que no ano passado foi a uma obra junto da raia espanhola, tendo comprado um saco de cimento, que posteriormente analisado tinha como sua maior componentecinzas".
Apesar desta situação, o presidente da APCMC lembra que em Espanha "existem empresas de grande prestígio no sector, algumas delas a trabalhar com toda a lealdade em Portugal, inscritas inclusive na nossa Associação.