Os covilhanenses receberam em suas casas uma carta
relativa à localização no novo cemitério da cidade.
O documento proveniente da Câmara Municipal da Covilhã solicita possíveis
observações dos munícipes face à única hipótese
apresentada. A autarquia aponta a possível construção do novo
cemitério num espaço compreendido entre a linha de Caminhos de Ferro
e o Eixo TCT, frente ao CITEVE.
A missiva não agradou à Comissão de Moradores da Quinta das
Rosas e do Bairro do Rodrigo que esperava a apresentação de várias
hipóteses. "Afinal somos confrontados com um único local já
escolhido sobre o qual nos podemos pronunciar", salienta Hugo Nobre, membro
da comissão. "Estão a monopolizar a opinião das pessoas",
acrescenta.
No documento é explicado que já foi realizada a análise de
vários factores como a constituição geológica dos terrenos
e a avaliação da composição química dos solos.
Segundo a carta assinada pelo presidente da Câmara Carlos Pinto, a escolha
recaiu num espaço localizado junto à Adega Cooperativa da Covilhã,
"um local servido por transportes públicos e de fácil acesso
pedonal e rodoviário". Os moradores contestam este argumento dizendo
que não há um único transporte público que sirva a urbanização
da Quinta das Rosas. "Os únicos transportes que aqui passam são
os Expressos", declara Hugo Nobre.
O presidente da Câmara, Carlos Pinto lembra na carta que até 31 de
Maio está aberto um período de discussão pública "para
confirmação da localização proposta". Durante esse
período a autarquia vai apreciar e responder às observações
apresentadas pela população.
Enquadramento paisagístico como factor a considerar
No ano 2000 a autarquia covilhanense nomeou uma comissão, presidida por
Carlos Pinto e composta por várias entidades do concelho. José Geraldes,
arcipestre da Covilhã, José Laia Rodrigues, director regional do
Ambiente e Ordenamento do Território e José Veríssimo, delegado
de Saúde da Covilhã são alguns dos nomes que compõem
este organismo. Da equipa fazem ainda parte os vereadores Alberto Alçada
Rosa, Joaquim Matias e João Esgalhado e os presidentes das Juntas de Freguesia
da cidade, entre outros. Avaliar qual seria o melhor local para a construção
do novo cemitério foi o objectivo. A localização junto à
Adega Cooperativa é a única hipótese avançada.
Questionado pelo Urbi, Helder Oliveira, arquitecto e docente no Departamento de
Engenharia Civil da UBI considera que "a localização do cemitério
próximo da cidade é sempre uma vantagem". O docente, não
faz parte da comissão nomeada pela Câmara, mas explica que "a
construção do cemitério naquela área terá que
ser incluir um enquadramento paisagístico diferente do tradicional de forma
a minimizar o impacto negativo que poderá ter para os habitantes daquela
zona". Helder Oliveira explica que hoje em dia são construídos
cemitérios muito diferentes dos que existem na maioria das cidades e aldeias
portuguesas. "Caso isso não aconteça, então talvez os
moradores tenham razão em estar descontentes", conclui.
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