José Geraldes
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Combater a violência
doméstica
A violência doméstica sempre existiu. E em todos os estratos sociais.
Simplesmente os casos não eram tão noticiados como agora
Na sociedades actuais, a violência doméstica
atinge cada vez mais as famílias. Portugal não foge à regra.
Por isso, a 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o Governo anunciou
o II Plano Nacional de combate à Violência Doméstica. Plano
cujos pormenores surgirão nos meios de comunicação social
a partir do Verão.
A nível regional ou seja nos distritos de Castelo Branco e Guarda, (ver
Centrais) o flagelo segue a tendência nacional no aumento de casos: 120
em 2002, segundo os dado disponíveis.
A violência doméstica sempre existiu. E em todos os estratos sociais.
Simplesmente, os casos não eram tão noticiados como agora. E as
vítimas, por medo ou vergonha, evitavam falar dos maus tratos que sofriam.
Mesmo actualmente muros de silêncio escondem muitos casos que a opinião
pública acaba por não conhecer. Seja a violência da parte
do marido seja da parte da mulher.
Na maioria dos casos, as vítimas da violência doméstica são
as mulheres.
Nos países latinos, e especialmente em Portugal, prevalece ainda uma mentalidade
do homem dominador e senhor na família. A mulher é considerada um
ser menor que se deve ocupar apenas das tarefas do lar.
Ora este tipo de mentalidade é insustentável nos tempos modernos.
As mulheres são seres humanos com a mesma dignidade dos homens. E com os
mesmos direitos. Quer no desempenho de cargos, quer na atribuição
dos salários.
É verdade que muitos destes direitos não são respeitados.
Mas tudo deve ser feito para que se consiga a sua aplicação prática.
Organismos mundiais têm debatido o problema e tirado conclusões a
interpelar os próprios Estados. E, em reuniões nacionais e internacionais,
fala-se muito da promoção da mulher.
Avanços significativos têm sido registados em ordem à igualdade
de direitos. Mas como reconhecia a Conferência de Pequim sobre a mulher,
o progresso não se apresenta uniforme e perduram ainda desigualdades.
Em Portugal, verifica-se, apesar de tudo, uma evolução positiva.
A Constituição garante a igualdade de direitos.
Somos o país da União Europeia onde 52 por cento da população
é composta por mulheres.
Mais de metade dos estudantes universitários são mulheres e 25 por
cento dos docentes universitários são também mulheres.
O lado negro da questão é que à promoção da
mulher não corresponda uma diminuição da violência
doméstica exercida exactamente sobre a mulher. Os factos demonstram o contrário.
O que se verifica é um aumento gradual deste tipo de violência. E
o número de casos está a aumentar. E a tal ponto que a violência
doméstica mata mais de cinco mulheres por mês.
O II Plano de combate à Violência Doméstica, por estas razões,
justifica-se plenamente. É mesmo uma exigência de paz social. E de
protecção à criança. Os filhos raramente ficam imunes
das consequências das agressões familiares.
Para além dos planos, o combate à violência doméstica
não pode sofrer tréguas. É um combate permanente. A bem das
famílias e da felicidade a que justamente têm direito.
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