As Galerias do Museu de Lanifícios acolhem esta exposição integrada no Ethnicu
História de Santa Bárbara
Bordar uma vida

A artista popular Maria Barraca mostra os seus trabalhos ao público. Dezoito peças estão expostas no Museu de Lanifícios da UBI.


Por Andreia Ferreira


Atravessar a galeria de exposições do Museu de Lanifícios e parar por uns minutos para observar a exposição de bordados de Maria Barraca, pode ser uma boa maneira de conhecer a história de Santa Bárbara. As 18 peças expostas pertencem ao trabalho da artista popular que usa fios de camisolas para bordar a vida da mártir que lhe inspirou toda uma obra.
Inserida no V Festival Ethnicu, a escolha do trabalho de Maria Barraca, pertencente ao Centro Cultural de Famalicão da Serra, explica-se "por expressar a tradição e religiosidade populares, o misticismo e os medos ou receios", segundo esclarece Pedro Fonseca, da Associação Académica da Universidade da Beira Interior. Características que em tudo obedecem ao que o Ethnicu pretende para este ano: explorar de outras formas a mensagem popular e criar uma maior aproximação com a vida comunitária.
Para além da representação dos episódios do martírio da Santa, há nos bordados de Maria Barraca uma componente transcendente de elevação do bem sobre o mal e da vida sobre a morte. Momentos sempre presentes na história da Santa das Trovoadas e que a artista narra através de palavras bordadas nos quadros em jeito de legendas.
A técnica de Maria Barraca, que tanto borda na vertical como na horizontal, e a união de cores e símbolos, transmitem diferentes contrastes de claro e escuro, assim como sensações de profundidade. A exposição pode ser vista até ao dia 12 de Abril.


Transmitir a tradição popular



O V Festival Internacional de Música Étnica, organizado pela AAUBI, procura cultivar outras formas de transmitir a mensagem e tradição populares.
Seguindo um formato já explorado em 2001, o Ethnicu pretende este ano marcar a diferença de outros festivais do género, como o Intercéltico do Porto ou o Encontro de Músicas do Mundo de Sines, que se caracterizam por apostar na música celta. A opção foi, então fazer uma remistura da música étnica e daí a presença no festival de projectos como o Megafone, a Sonoplástica e o põePLAY.
Com o intuito de criar tradição e um valor próprio para o Ethnicu, outro dos desafios era "criar parcerias com a Guarda e o Fundão, no sentido de se estender o Festival e criar um eixo da Beiras ou um eixo Interior", refere Pedro Fonseca. O projecto não foi conseguido pelo facto de as Câmaras terem já uma programação definida.