O sumário executivo do projecto "IP2 - Lanço Teixoso/Alcaria",
da ligação da Covilhã à Auto-Estrada da Beira Interior,
encontrava-se, até à passada quinta feira, 4, para consulta pública
nas Juntas de Freguesia do Ferro, Boidobra, São Pedro e Conceição.
O respectivo projecto encontra-se em fase de pós-avaliação,
na sequência do estudo de impacto ambiental. Decorreu, por isso, até
ontem, quinta-feira, 4, o período de acompanhamento público.
De acordo com uma nota do Ministério das Cidades, Ordenamento do Território
e Ambiente, pretende-se uma alargada participação de todos os interessados
neste processo.
Na freguesia do Teixoso, não houve qualquer manifestação
por parte da população. Segundo o presidente da Junta, Carlos Mendes,
"não há problemas". O mesmo não acontece na Boidobra.
A Junta e vários proprietários de terrenos estão contra a
solução escolhida pelo Instituto de Estradas de Portugal (IEP) para
a ligação da freguesia à Auto-Estrada da Beira Interior (A23).
O troço que serve aquela área e respectivo acesso, recorde-se, estão
em construção. O grande problema, sustenta José Pinto, presidente
da Junta, é que, tal como o acesso está projectado, "só
se pode circular num sentido". A população reivindica uma rotunda
na zona da Moreirinha.
Quanto às questões de impacto ambiental, o autarca afirma que os
proprietários, que questionam o facto de não terem sido consultados
quanto ao traçado, têm grandes dúvidas "quanto à
minimização dos danos na divisão das propriedades e nos problemas
que possam ter sido causados nas captações de água".
Estas preocupações, bem como um abaixo-assinado, já foram
enviados, quer ao IEP, quer à secretária de Estado do Ambiente.
A resposta às reclamações, diz José Pinto, ainda não
chegaram. Porém, o presidente da Junta não está convencido
quanto aos argumentos apresentados pelo Instituto, que justifica a não
construção da rotunda com a questão do planeamento territorial
daquela zona. "Isto tem mais a ver com a prepotência do IEP do que
com outra coisa", considera José Pinto, acreditando que a zona "poderá
vir a transformar-se num local urbano".
Em relação ao Ferro, o assunto toma proporções semelhantes.
A população reivindica igualmente um acesso directo a norte da A23.
"As pessoas sentem-se enganadas, principalmente os proprietários que
deram os seus terrenos", declara José Carlos Amaro, presidente da
Junta. Relativamente às questões de foro ambiental, o autarca garante
que não "existem problemas de fundo", à excepção
das reclamações normais, "como alguns caminhos que precisam
de ser arranjados".
A ligação à Covilhã, com pouco mais de quatro quilómetros,
tem início no nó do IP2 e termina na rotunda na EN18. De acordo
com Isabel Amaral, da Scutvias (empresa concessionária responsável
pela construção da A23), o lanço é para estar construído
no segundo semestre deste ano. "O que está contratualizado com o Estado
português é isto. Não há conhecimento de uma outra
data", afirma aquela responsável. O projecto rodoviário de
ligação à Covilhã atravessa as freguesias do Ferro,
Boidobra, São Pedro e Conceição.
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