O Gabinete de Estágios é para Mário Raposo, "uma aposta ganha"
Gabinete de Estágios apoia os alunos
À procura do primeiro emprego

Quando o final do curso se aproxima as preocupações em encontrar emprego aumentam. A UBI dispõe de um conjunto de serviços que apoiam os alunos nessa tarefa. A nível de estágios a situação tem vindo a melhorar de ano para ano.


Por Catarina Rodrigues


De 2000 para 2002 houve um aumento de 165 ofertas de estágio para os alunos da Universidade da Beira Interior. Dados revelados pelo Gabinete de Estágios (GE) da instituição indicam que no ano passado foi atingido o número mais elevado de sempre, com 623 ofertas. O Gabinete de Estágios da UBI funciona no Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional (CEDR) desde 1996. Surgiu no intuito de ajudar os alunos a encontrar o primeiro emprego. Segundo Mário Raposo, vice-reitor da UBI, "o Gabinete de Estágios é uma aposta ganha".
Todos os anos é criada uma base dados com as inscrições dos estudantes. O GE funciona não só para licenciados, mas também para alunos que ainda não terminaram o curso. O serviço prestado pelo gabinete é, segundo Mário Raposo, "fundamental, apesar de ainda pouco conhecido". Caracteriza-se por uma "excelente política de divulgação na Universidade". São os alunos dos últimos anos das licenciaturas os que melhor conhecem o trabalho desenvolvido no GE. Quando se aproxima o final do curso as preocupações com a procura de emprego aumentam. É nessa altura que a grande maioria dos estudantes recorre ao Gabinete de Estágios.
Licínia Frasão é apenas uma das alunas da UBI que recebeu ajuda do GE. Licenciada em Gestão, começou a trabalhar quando ainda nem tinha concluído o curso. "O Gabinete de Estágios ajudou-me em tudo", refere. Faltavam-lhe três cadeiras para acabar a licenciatura quando decidiu entregar o currículo no GE. A partir desse momento o Gabinete de Estágios deu-lhe "uma grande ajuda". Surgiu uma proposta de trabalho da empresa Gás Canalizado do Centro e Licínia aceitou.
Por um lado, o GE mantém contacto com os alunos e por outro com as empresas das mais diversas áreas. Sempre que há oferta de emprego é feita a divulgação junto dos vários Departamentos da UBI. "As próprias empresas já procuram o GE no intuito de divulgar a sua oferta de emprego", sublinha o vice-reitor. No entender de Mário Raposo, "as empresas vêem na Universidade um parceiro activo, por isso é importante conseguir responder às necessidades com recursos humanos qualificados". "O objectivo é que num futuro próximo toda a informação seja colocada on-line", adianta. Uma forma de aumentar a comodidade dos alunos que deste modo poderiam consultar a informação disponível e até mesmo inscreverem-se via internet.
Carla Delgado, licenciada em Economia na UBI conseguiu o Estágio Profissional do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) na Biblioteca Central através do GE. Trabalha na parte de aquisição de livros desde o passado mês de Outubro. Recorda que "o Gabinete de Estágios prestou todas as informações necessárias e estabeleceu relações com o IEFP, o que permitiu a concretização do estágio".

Ajudar alunos da UBI e não só

A informação é divulgada junto dos vários Departamentos da Universidade

No ano passado a oferta foi superior à procura, mas Mário Raposo lembra que "nem sempre as ofertas se concretizam em estágio emprego". Há também cursos com mais dificuldade em arranjar estágios do que outros. Os cursos relacionados com as humanidades, como é o caso da sociologia, são as áreas onde as dificuldades são maiores. "Também o Desporto atravessa um período complicado", refere o vice-reitor. Os estudantes de Gestão, Economia e das Engenharias têm "estágio praticamente garantido", frisa Raposo. O responsável acrescenta que "no caso da informática os alunos quase escolhem o local onde querem trabalhar". De um modo geral, Mário Raposo defende que tem havido uma "boa taxa de cobertura de quase todos os cursos".
A UBI dispõe, desde 1998 de uma UNIVA, ou seja, Unidade de Inserção na Vida Activa. Financiada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a UNIVA tem com função principal auxiliar as pessoas que procuram emprego. Mário Raposo explica que "a UNIVA tem um âmbito mais abrangente do que o Gabinete de Estágios porque ajuda não só os alunos da Universidade como qualquer tipo de estudantes ou pessoas desempregadas". No entanto, as duas áreas estão interligadas e até funcionam no mesmo local.
Enquanto o GE está mais direccionado para os alunos da UBI, a UNIVA destina-se a qualquer pessoa desempregada. Indicar às pessoas o modo de fazer um currículo ou como escrever uma carta de apresentação são apenas alguns dos serviços desenvolvidos por esta unidade. Mário Raposo lembra que "a UNIVA está aberta ao exterior e tenta fazer a ligação entre a procura e a oferta de emprego".





Incentivo à criação de empresas

Os cursos de Gestão e Design da UBI têm, no último ano, uma cadeira denominada criação de empresas. O objectivo é segundo Mário Raposo, "incentivar os alunos a criarem as suas próprias empresas". Considera-se importante que para além da licenciatura os estudantes tenham um espírito empreendedor. O vice-reitor está convencido que num futuro próximo também os cursos das Engenharias irão adoptar uma cadeira deste género.
"A Universidade da Beira Interior foi pioneira no estudo do empreendedorismo em Portugal", frisa Mário Raposo. A UBI faz parte, desde o ano lectivo de 1989/90, de um conjunto de universidades europeias com doutoramento na área do empreendedorismo e criação de pequenas e médias empresas.
Nos dias que correm, Mário Raposo considera "fundamental" estimular o espírito empreendedor dos alunos de forma a que eles possam por iniciativa própria, criar empresas. "Quanto mais empresas, mais emprego e geração de riqueza o que estimula o desenvolvimento do País", remata.



Um passo para o mundo



Sem qualquer ligação com o Gabinete de Estágios surgiu a AISEC. Esta Associação Internacional de Estudantes do Sector Económico e Comercial apareceu na UBI há dez anos, apesar de existir desde 1948. A AISEC está presente em 700 universidades distribuídas por 84 países de todo o mundo.
A associação dispõe de um programa de estágios internacionais na área de gestão, marketing, finanças, economia e tecnologias da informação. Henrique Ferreira é membro da direcção do comité da AISEC na UBI. Este aluno do 3º ano de Gestão explica que a associação arranja estágios no estrangeiro para portugueses, e estágios em Portugal para estrangeiros. "É um intercâmbio cultural", sublinha.
No nosso País, a UBI é apenas uma das dez instituições do Ensino Superior onde a AISEC está presente. "Cada comité realiza uma angariação de estudantes, mas a selecção dos candidatos é feita a nível nacional, com testes de línguas e entrevistas", explica Henrique Ferreira. "Na UBI a angariação de estudantes tem sido boa", sublinha.
Existe uma base de dados a nível mundial que compara os perfis dos candidatos e das empresas. "Temos contacto directo com as empresas da região" refere o responsável. Normalmente são multinacionais que têm "outro espírito, outra mente". Os estágios são remunerados e podem ir de dois meses a ano e meio.
Com cerca de 70 por cento do curso feito, já é permitido um estágio, mas normalmente as empresas dão preferência a jovens licenciados. Todos os anos colaboram com a AISEC dez mil empresas de todo o mundo. Banco Espírito Santo, Jerónimo Martins, Banco Comercial Português e ParaRede, são algumas das mais de 60 empresas portuguesas que participam no programa.