Em jogo da 14ª jornada a contar para a Liga Universitária de Futsal
(LUF) a equipa da Associação Académica da Universidade da
Beira Interior (AAUBI) recebeu a desfalcada formação da Associação
Académica da Universidade Lusófona. O Pavilhão da UBI, com
as bancadas bem compostas, foi o palco do jogo que decorreu no passado dia 27,
quinta feira, às 19h30.
A jogar em casa, a AAUBI, terceira classificada da zona sul, tinha como objectivo
procurar reduzir a distância que a separa do segundo posto, ocupado pela
equipa adversária. E foi com esta determinação que os ubianos
entraram em campo. Dominaram a partida, tiveram o pássaro na mão
e deixaram-no fugir já ao cair do pano.
Talvez devido às baixas na Lusófona, que se viu privada de duas
peças importantes na equipa, o treinador-jogador Ruca, e Almeida, a AAUBI
apresentou-se desinibida e desde cedo tomou a iniciativa do jogo. Surgiu mais
atacante e logo no início da partida criou algumas oportunidades de golo.
Aos sete minutos de jogo o perigo rondou a baliza local com a marcação
de um livre sobre a linha da área, após falta de Marco. Mas na jogada
seguinte Marco entra pelo lado esquerdo da defensiva contrária e faz o
primeiro tento, num remate cruzado.
Moralizada, a turma da Covilhã continuou a trocar bem a bola, a movimentar-se
bem em campo e a criar muitos lances com perigo. Em oposição à
Lusófona, que defendia muito recuada para evitar o desgaste, já
que a equipa rodou pouco. A táctica montada pelos lisboetas foi jogar à
defesa e tentar chegar ao golo através do contra-ataque. O que veio a acontecer
ao minuto dez da primeira parte, contra a corrente do jogo. A defesa da UBI deixou
fugir Ricardo Carrilho que se isolou e rematou rasteiro para o segundo poste,
igualando o marcador.
Quem não marca...
No segundo tempo manteve-se a postura de ambas as equipas. A AAUBI, claramente
mais ofensiva volta a procurar o golo, primeiro por Carlos Santos e logo de seguida
por Marco, mas a bola sai ao lado. Foi aos três minutos que Tiago, o capitão
ubiano recebeu a bola de costas para a baliza à entrada da área,
fez a rotação e atirou para o fundo das redes.
Num jogo marcado por muitas faltas e cartões, a AAUBI foi quem mais reincidiu.
Aos cinco minutos da segunda metade já se encontrava no limite das cinco
faltas, algumas delas desnecessárias.
Aos oito minutos um bom trabalho de Sérgio, que dribla dois adversários,
não consegue encontrar o caminho para a baliza dos estudantes lisboetas.
A dar provas daquele que foi o maior problema da AAUBI ao longo do jogo, a finalização.
Pouco depois foi Pedro que quase marcou ao rematar, já pressionado, a rasar
o poste, numa das poucas vezes que a Lusófona chegou à área
adversária. Mas a posse da bola, assim como as sucessivas ocasiões
de golo pertenciam à AAUBI, desta vez por intermédio de Zé
que se isolou mas não conseguiu bater o guardião da Lusófona.
Com o tempo a esgotar-se os visitantes fizeram subir o guarda-redes, no tudo por
tudo. Quando o resultado parecia estar feito, a 13 segundos do final, a Lusófona
garantiu o empate numa "jogada de sorte e digna de apanhados", confessa
Ruca, o treinador. A bola bate em vários jogadores, no poste e ainda no
guardião Ricardo, que já só a apanha depois da linha de baliza.
Jogo atípico
No final José Vieira, técnico da AAUBI considerou o resultado injusto
"por tudo o que aconteceu" e disse que a sua equipa merecia vencer.
Revelou também que este é um empate com sabor a derrota, por já
estarem a contar com a vitória e os ambicionados três pontos. José
Vieira queixou-se ainda da arbitragem pela "forma impressionante" como
a sua equipa é prejudicada onde quer que vá. Já a pensar
na fase final, onde pensam chegar, o treinador-jogador sublinhou que o mais importante
é melhorar o entrosamento dos jogadores e a preparação física.
Quanto a Ruca, orientador da Lusófona, disse que acreditou na sua equipa
até ao fim e reconheceu que a sorte esteve do seu lado. Mas sublinhou que
este foi um jogo atípico e assegurou que com os jogadores que faltaram
seria "sem dúvida" diferente. "Teríamos outra atitude
em campo, mais gente para rodar, poderíamos pressionar durante mais tempo
e também atacar e defender melhor", explicou. Para Ruca o objectivo
da sua formação é chegar à vitória final "se
tudo correr bem e sem impedimentos".
Competição
regular e mais qualidade
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Esta é a primeira época da recém criada Liga
Universitária de Futsal. Dirige-se apenas ao sector masculino
e veio substituir os tradicionais três torneios de apuramento,
de onde saíam as equipas presentes na fase final dos Campeonatos
Nacionais Universitários (CNU).
Jorge Pinto, presidente da Federação Académica
do Desporto Universitário (FADU) diz que a Liga pretendeu
visar dois objectivos principais. Criar uma competição
regular que permita às equipas estarem mais tempo em jogo
e, por outro lado, aumentar a qualidade de uma maneira geral. Tanto
na organização como nos próprios jogos, "com
bons atletas, bons árbitros e acima de tudo o entusiasmo
que as equipas põem em campo", sublinha.
O campeonato começou em Outubro e termina em Abril, altura
em que os quatro melhores classificados de cada zona - Norte e Sul
- passam à fase seguinte, aos play-offs. Mas é na
final four que as quatro academias finalistas irão disputar
o título.
Como os jogadores são estudantes, Jorge Pinto reconhece que
este modelo competitivo exige mais deles, mas entende que a actividade
desportiva deve ser "um complemento da actividade curricular,
não mais um encargo". Para além disso, o presidente
da FADU acredita que o desporto universitário, como actividade
complementar que é vai enriquecer os praticantes em aspectos
como a convivência e o espírito de grupo. "Coisas
que hoje em dia são valorizadas pelas empresas no recrutamento
de pessoal", observa. Jorge Pinto salienta ainda que esta é
também uma forma económica de as instituições
terem uma boa visibilidade.
O dirigente da FADU argumenta que o Futsal é a modalidade
com mais praticantes no ensino superior e também o desporto
federado a nível nacional que mais tem crescido, por isso
foi o pioneiro numa liga universitária. Mas Jorge Pinto informa
que já se pensou alargar este modelo competitivo a outras
modalidades, como o Andebol e o Basquetebol. "Na altura não
houve um conjunto de equipas suficientes que permitisse desde logo
a organização do campeonato, porque os atletas são
federados e jogam em clubes", esclarece. Mas frisa que esta
hipótese se mantém.
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