A associação pondera a hipótese de estabelecer um protocolo com a cidade de Castelo Branco
Os animais da Covilhã
PATITA critica falta de apoio da Câmara

A PATITA fez um apelo através da comunicação social no sentido de inverter o tratamento e abandono a que são votados os animais salientando a falta de apoio da Câmara Municipal da Covilhã.


Por Mafalda Silva


A PATITA - Associação Protectora e Amiga de Todos os Animais, reuniu a comunicação social no GICC (Teatro das Beiras) no passado dia 27 de Março, com o objectivo de mostrar o seu desagrado face à falta de apoio da Câmara Municipal da Covilhã.
Esta associação sem fins lucrativos nasceu da mobilização de um conjunto de cidadãos residentes no concelho da Covilhã, preocupados com a vida dos animais abandonados. Conta hoje com 13 elementos a associação que começou a estabelecer contactos com a APPAE (Associação de Protecção e Apoio ao Animal Errante) e com a Sociedade Protectora de Animais em Abril de 2000, constituindo-se um ano depois.
"Os contactos com a Câmara Municipal da Covilhã, que antecederam a constituição formal da associação, foram de início muito encorajadoras", afirma Maria Luísa Branco, um dos elementos da associação.
A Câmara mostrou-se muito interessada em colaborar com a associação porque estava em projecto a construção do novo Canil Municipal, e era o momento adequado para mobilizar a sociedade civil, constituindo uma associação protectora dos animais.
"Contudo, o Canil Municipal foi inaugurado e não temos qualquer tipo de acesso a ele, na medida em que não podemos encaminhar os animais para lá, não podemos ajudar as pessoas nos processos de adopção, não podemos dar apoio voluntário aos animais que ali estão, nem sabemos exactamente qual o destino dos animais, ainda que nos tenham garantido que não têm recorrido ao abate", salienta Maria Luísa.
Os membros da Patita, afirmam-se com disponibilidade, capacidade de trabalho, dedicação, criatividade e acima de tudo, com a convicção de que os direitos dos animais, serão no futuro um dos indicadores de desenvolvimento das sociedades. Pretendem mobilizar a sociedade civil através do voluntariado, contribuir para o bem-estar dos animais, participando directamente nessa tarefa.
A associação criou um documento que apresentou à Câmara Municipal em que propôs fazer diversas coisas e mostrar as suas intenções, bem como os aspectos que podem e devem ser melhorados no funcionamento do canil.
"A proposta da associação, é uma abertura do canil ao público durante o fim-de-semana, passear regularmente com os animais nos arredores do canil, estabelecer contactos com organismos públicos, nomeadamente a DRABI (Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior) e empresas privadas, como hipermercados, no sentido de lhe serem facultados alimentos gratuitamente ou a um preço simbólico", acrescenta Rosa Maria Duarte.
A associação pede um pequeno espaço para realizar o seu trabalho e sem o apoio da Câmara, vê-se hoje desmotivada.
"Estamos a ponderar a hipótese de estabelecer um protocolo com a associação de Castelo Branco, embora informalmente essa colaboração já esteja a ser feita, que no nosso entender tem melhores condições que o canil da Covilhã. Começámos a transportar os animais que encontramos na Covilhã, para Castelo Branco, e angariámos sócios para a própria associação, que abriga 180 cães", conclui Rosa Maria Duarte.