Por Liliana Machadinha


Uma peça caracterizada pela mistura de sons e movimento

A peça Companhia por Concretar apresentou-se no Teatro Cine, pelas 22 horas, no dia Mundial do Teatro, 27 de Março.
Com uma mistura de sons, movimento e teatro, o grupo espanhol chegou, viu e venceu. "Associácion de Cantantes Anónimos" (ACA), a peça que subiu ao palco, brindou o público com um trabalho cheio de críticas mordazes a programas como "Operação Triunfo" e à sua capacidade de "transformar um desconhecido numa pessoa famosa em apenas dois dias de televisão", como referiu Quim Capdevila, encenador. À parte do esforço necessário para recriar a imitação das danças e cantigas aliadas ao teatro, o mais difícil é "conseguir fazer rir o público sem cair na vulgaridade do humor fácil", refere ainda o encenador. "Nunca antes tinha sido feito em Espanha" um projecto que conciliasse estas três vertentes de arte, diz Quim Capdevila. Em oposição ao programa criticado nesta peça, os quatro actores apresentaram-se em cena identificados com números, de forma a manterem o anonimato das personagens.
A Associácion de Cantantes Anónimos conseguiu uma interacção com o público através de palmas, gestos e acompanhamento nas músicas, como por exemplo no hino da peça, cuja letra foi distribuída antes do inicio do espectáculo.
Para Noelia Pérez, estudante espanhola na UBI, o motivo que a levou a ir ao teatro foi o facto de "gostar de teatro, mas também pela companhia ser espanhola". "Desfrutei porque foi engraçado e tinha uma boa crítica", continua a aluna. Quanto às diferenças da língua assegura que "todas as pessoas perceberam no mínimo a mensagem geral, mas no teatro não é só falar é também sentir".
Yara Reis, aluna da UBI, confirma que a crítica, no seu geral, passou para os portugueses. "A língua não é obstáculo", mas o motivo que a fez dirigir-se ao Teatro Cine foi por ter "ouvido dizer que o trabalho era um Musical" um género de espectáculo que gosta muito.