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Gestão da comunicação
O moderno conceito de Ciência, cunhado entre outros por pensadores como
Galileu, Bacon, Locke, Berkeley, Kepler, Newton e Hume, explicita que a Ciência,
para existir, precisa da experiência. A experiência pressupõe
a existência de uma técnica aplicada, na prática, a problemas
e situações do mundo real. Hoje, poucas pessoas se podem dar ao
luxo de pensar unicamente de forma abstracta. O comum dos mortais usa factos reais
e a realidade é feita de acções concretas.
A existência da gestão estratégica na comunicação
configura-se matricial no actual quadro de globalização e concorrência
comercial/corporativa. Em algumas instituições, a inexistência
de uma política de comunicação global e a falta de recursos
humanos qualificados, meios técnicos e financeiros tem como efeito a utilização
de abordagens "seat-of-the-pants" (intuição, individualismo,
imediatismo, facilitismo), que em nada contribuem para o aumento da notoriedade
e identidade corporativa. Contrariamente à gestão de assuntos de
rotina, defendo que deve existir uma clara definição de objectivos
conducente à aplicação da investigação aplicada
na formulação de estratégias e tácticas.
Don W. Stacks, Professor da School of Communication da University of Miami e membro
do Institute for Public Relations, distingue teoria e investigação
aplicada. A teoria tem as seguintes características: é abstracta
e conceptual; procura construir um corpo de conhecimentos; está fundada
em princípios académicos ou de investigação básica
"pura"; serve como quadro para compreender como as pessoas actuam "porquê".
A investigação aplicada implica: posicionamento concreto e prático;
investigação estratégica, no sentido de desenvolver programas,
mensagens e níveis de actuação; investigação
da avaliação que determina o sucesso ou insucesso de programas,
acções ou campanhas de comunicação.
É precisamente a insuficiente preparação dos profissionais
de comunicação na investigação aplicada, que explica
a existência de acções pautadas por princípios unicamente
teóricos ou por acções seat-of-the-pants. Quando se chega
ao mercado de trabalho é necessário continuar a investigar, a partir
de pressupostos empíricos. A investigação experimental deverá
permitir a (re)formulação dos conceitos operativos na aplicação
às situações concretas.
A investigação aplicada configura-se como a melhor forma de utilizar
os conhecimentos experimentais no trabalho estratégico das instituições
e das agências de comunicação. Criar comunicações
eficientes, com alto valor de responsabilidade ética, deverá ser
o imperativo categórico de qualquer profissional da comunicação.
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