Por Eugénia Moeda


As jornadas abordaram questões como a clonagem e a procriação artificial

A I Semana de Química começou no passado dia 18, terça feira e cada um dos seis dias foram marcados pelo debate de uma questão diferente.
No primeiro dia discutiu-se Química Alimentar. A primeira intitulou-se "HACCP e Qualidade Alimentar - realidades e desafios" e foi proferida por António Mendonça, docente da UBI. "As doenças devido a alimentos contaminados são provavelmente o mais vasto e disseminado problema de saúde no mundo contemporâneo e uma importante causa de redução da produtividade", sublinhou.
Luís Raimundo, engenheiro da Indústria de Carnes Nobre S.A foi o outro orador do dia com "O papel da Química na criação, produção e aperfeiçoamento de produtos alimentares".
A Genética foi o tema seguinte, abordado pelos professores Eduardo Cavaco, docente da UBI e Sílvia Socorro, docente da Faculdade de Ciências da Saúde: "Clonagem - Métodos e Aplicações". Silvia Socorro explicou o processo de clonagem de genes e exemplificou a sua utilização na produção de ratos transgénicos. A Eduardo Cavaco coube explicar os passos técnicos da clonagem animal e a sua aplicação à espécie humana.
Seguiu-se a apresentação feita por Francisco Peixoto (UTAD) - "Alimentos Transgénicos - uma caixa de Pandora já aberta?" onde se explicaram os prós e os contras da manipulação genética dos alimentos. "Os benefícios podem ser enormes, o objectivo dos melhoramentos genéticos nas espécies vegetais e animais é obter espécies mais resistentes às doenças. Numa visão bastante pessimista poderemos estar a caminhar para a destruição da Humanidade, tal como a conhecemos hoje", disse Francisco Peixoto.
Quinta feira foi o dia de Indústria Química, com as conferências: "Informação sobre Segurança, Saúde e Actuação na emergência - que pontos de referência?" por Maria Céu Costa (INETI). "Certificação de Empresas - Normas ISSO" foi outro tema, abordado por Teresa Raquel, engenheira do CITEVE onde se falou sobre a qualidade como uma estratégia para o desenvolvimento e, mesmo, para a sobrevivência das empresas. Isabel Serra (CITEVE) encerrou o dia com "Ferramentas de Qualidade" onde mostrou que "a melhoria da qualidade é um processo contínuo e sistemático".
A Bioética marcou a sexta feira, com a apresentação de Brito Alves - "Questões de Bioética". O orador definiu a Bioética como "o saber transdisciplinar que planeia as atitudes que a humanidade deve tomar ao interferir com o nascer, o morrer, a qualidade de vida e a interdependência de todos os seres vivos". De seguida, o tema foi discutido numa mesa redonda.
O sábado, dia dedicado a Síntese/ Química Industrial contou com um encontro de licenciados que falaram sobre "O Químico Industrial no mercado de trabalho" e ainda, com a participação de Ignácio Lopes Martin, docente da Universidade de Extremadura - Espanha: O orador falou sobre "Glúcidos - Propriedades e Aplicações". e disse que "os glúcidos tinham importância apenas como combustíveis ou fontes de energia. Mas com o avanço da ciência, foram recuperados social e cientificamente com a descoberta da sua participação em fascinantes funções biológicas. Também são importantes como matéria de partida nas indústrias química, farmacêutica e alimentar bem como na industria da celulose e derivados".
A tarde recomeçou com as apresentações: "Monitorização Ambiental de Lixeiras Seladas - Metodologia e Resultados" por Luís Lemos (IPV) e "Tratamento de Resíduos Perigosos" por Sofia Santos.
Para o último dia da semana de Química estava reservado o tema Biochips/ Imunologia. As conferências estiveram a cargo de Guilherme Ferreira, docente da Universidade do Algarve com "Biochips - Chips de DNA" e de Luís Taborda Barata, docente da UBI que falou sobre "Doença Alérgica - Aspectos Celulares e Moleculares", salientando que "a prevalência das doenças alérgicas tem vindo a aumentar nos países industrializados, nomeadamente em Portugal".
Por fim, Paulo Santos abordou o tema "Monitorização Imunológica e terapêutica dos doentes transplantados".
No final a organização estava satisfeita com o decurso dos trabalhos. Para Paulo Almeida, presidente do departamento de Química, "esta iniciativa é um hábito a manter. Trouxemos temas que motivam os alunos, pontos de reflexão e debate. Assuntos polémicos como o recente problema dos Nitrofuranos, a clonagem, a procriação artificial, para debater e assim amadurecer ideias. São espaços abertos de discussão."
A cerimónia de encerramento contou com a actuação da Tuna Académica da UBI, seguido de um pequeno lanche oferecido pelo núcleo de estudantes de Química.