A voz, o sentimento e a postura foram alguns dos elementos avaliados
Promover a poesia
Recitar é viver

O Portubi organizou um recital de poesia que teve como momento mais alto da noite a escolha do melhor recitante.


Por Daniel Sousa e Silva


"Pensou-se ser interessante fazer o Concurso do Melhor Recitante para as pessoas verem que a poesia não é só para os alunos de Língua e Cultura Portuguesas"(LCP), afirma Paula Francisca Gomes, presidente do Portubi - Núcleo de Estudantes de LCP, justificando esta iniciativa.
O concurso fez parte de um recital de poesia realizado na passada quinta feira, dia 20 num pequeno bar do centro da Covilhã, o Barra S. João.
Entre os oito concorrentes destacou-se Duarte Monteiro, aluno do 3º ano de LCP, que se sagrou vencedor com o poema Fim de Mário de Sá Carneiro. "Embora estivesse nervoso, foi uma das vezes que senti mais o que estava a dizer", confessa. A escolha do poema deveu-se a "uma fase um pouco pessimista" da sua vida.
Os participantes do concurso foram avaliados por um júri constituído por docentes e alunos de LCP. A voz, o sentimento e a postura foram alguns dos elementos de consideração do júri, explica Maria Antonieta Garcia, docente da UBI. A escolha do vencedor foi "muito difícil", porque "via-se gente muito habituada a dizer poemas", esclarece. A "vontade de despachar o poema o mais rapidamente possível" foi uma das falhas apontadas a alguns participantes. A docente elucida que é "a velocidade de letura é algo que não resulta muito bem quando se fala em público".
No recital os alunos interpretaram poemas de autores portugueses como Sophia de Mello Breyner, Florbela Espanca e José Régio.
Dia 21 de Março foi o Dia Mundial da Poesia. Paula Gomes comenta que "esta foi uma forma de comemorar o dia para que a data não passasse em branco".
A noite acabou de forma caricata. O grupo de jograis, que finalizou o recital, tencionou lançar um apelo à reflexão sobre a paz no seu último poema. Um ataque de riso de um dos elementos impossibilitou a sua conclusão.