Reforçar o investimento
no ensino deve ser uma prioridade do Governo. Uma tese defendida por Pedro Lourtie,
ex-secretário de Estado do Ensino Superior.
Afirmações feitas ao longo da conferência intitulada "O
presente e o futuro do Ensino Superior em Portugal". Uma iniciativa levada
a cabo pelo Núcleo de Estudantes Socialistas da Universidade da Beira Interior
(NESUBI) no dia 24 de Março.
As universidades são os locais "onde se reúne o conhecimento
válido", defende Luís Carrilho, vice-reitor da UBI e também
participante nesta conferência. Um facto que aumenta a importância destes
organismos e sustenta a ideia de uma maior abertura por parte do Estado. Para Luís
Carrilho, vive-se cada vez mais "numa sociedade do conhecimento". A ligação
desta sociedade com as universidades é vital e deve ser fomentada nos próximos
tempos.
O desenvolvimento do País advém da investigação e das
capacidades humanas e tecnológicas das universidades. Uma condição
só alcançada através da inovação destes estabelecimentos
de ensino. Algumas das ideias defendidas ao longo da palestra dizem respeito à
melhoria de condições e ao reforço das investigações
realizadas nas instituições do ensino superior. Objectivos só
atingidos com o devido apoio do Estado.
Quanto ao aumento das propinas, o orador convidado pelo NESUBI mostrou alguma discordância.
Pedro Lourtie afirma que o aumento das taxas só faz sentido se essas verbas
forem aplicadas "nos estabelecimentos e na investigação".
Para Lourtie, "Portugal e a Europa apresentam algumas lacunas a este nível".
O ex-secretário de Estado revela que os países do velho continente
apenas investem em média 1,3 por cento do seu PIB, no ensino superior. Ao
contrário dos Estados Unidos da América onde a percentagem ronda os
2,4 por cento. Esta fraca aposta é, em seu entender, geradora da crise de
competitividade que se vive.
Cristina Granada, também esteve presente no colóquio em representação
do Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS). Hélio Fazendeiro, do NESUBI
refere que todos os partidos com assento no Parlamento foram convidados, mas só
os socialistas responderam.
Uma janela para o entendimento
Os países constituintes do espaço europeu devem procurar o entendimento.
Ao nível do ensino superior, o Tratado de Bolonha é um dos documentos
que visam esse objectivo. O ex-secretário de Estado refere que nesta temática
"a Europa caminha para a unificação das suas licenciaturas".
Na perspectiva de Lourtie, este não é o melhor caminho. "A
diversidade é um factor a preservar" avança o ex-secretário.
Sem deixar de lado o entendimento entre as universidades, o orador convidado pelo
NESUBI defende que as instituições ricas em determinados saberes
"devem mantê-los e não alinhar por normativas gerais".
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