A relação entre pais e filhos serve de suporte
para esta peça
|
Filhos com o papel de assassinos
A irreverência dos filhos contra os
padrões e valores impostos pelos pais fervilham numa intensa comédia
negra.
|
Por Sofia Cação
|
|
|
O elenco do grupo AJITAR subiu ao palco no quinto
dia do VII Ciclo de Teatro Universitário com "A Noite dos Assassinos",
uma encenação de António Abernú.
A peça é um original de José Triana, um autor cubano que retratou
a sociedade dos anos 60. A história relata as relações entre
pais e filhos transpostos para os nossos dias, o que resulta numa reflexão
e numa viagem a um mundo "escuro e psicótico".
A acção desta comédia negra desenrola-se num sótão
e descreve a vida de três irmãos com personalidades bem distintas.
Com o apoio dos irmãos, um deles terá morto os pais, que sempre lhes
impuseram um clima de tirania e terror.
Num jogo infernal entre as personagens, o espectador fica na incerteza do que vê
e ouve pois toda a história é apresentada como se fosse uma brincadeira
ou um sonho onde a realidade se confunde com a loucura e o drama com a comédia.
A montagem e organização da peça demorou três meses com
ensaios quatro dias por semana. Apesar do trabalho intenso, o encenador afirma que
"tem sido muito gratificante". Tinham previsto mais espectadores na Covilhã
mas "o balanço desta actuação foi positivo". Com
alguns trabalhos agendados, este grupo da Raia, Idanha-a-Nova, promete continuar
a animar os espíritos mais inquietos.
|
|
|