Por Catarina Rodrigues


Carvalho da Silva defende que devem existir medidas de fiscalização mais eficazes

"Se os milhões de contos que foram disponibilizados nos últimos anos de fundos comunitários, mas também do Orçamento de Estado tivessem sido acompanhadas por medidas de fiscalização, muitas das empresas desta região não tinham desaparecido". As palavras são de Carvalho da Silva, secretário geral da CGTP, que na passada quinta feira, participou no plenário dos trabalhadores da empresa Carveste em Caria, no concelho de Belmonte.
Em menos de dois anos encerraram 19 empresas na região. Segundo o líder sindical, a primeira medida que deve ser tomada é a da "responsabilização e de não se criarem como válidas todas as argumentações que os patrões fazem sobre as crises".
Os mais de 400 trabalhadores da Carveste vivem momentos difíceis devido à incerteza sobre o futuro da empresa. A administração da unidade fabril já apresentou a candidatura ao programa FACE. O objectivo é que alguns trabalhadores frequentem acções de formação a cargo do Instituto de Emprego e Formação Profissional de forma a minorar os encargos financeiros da empresa.
Carvalho da Silva lembra que "se os trabalhadores tiverem que frequentar acções de formação, os seus direitos e os seus salários devem ser assegurados". Segundo Luís Garra, coordenador da União de Sindicatos do distrito de Castelo Branco "a formação deve ser fundamentada nas necessidades objectivas da empresa". Garra sublinha que "as condições que levaram à candidatura da Carveste ao FACE são as mesmas da Nova Penteação", onde o programa já está em vigor.
A relação de dívidas da Carveste aprovada na semana passada ascende ao 22 milhões de euros. No próximo dia 16 de Maio a Assembleia de Credores reúne para apreciar a proposta de viabilização da empresa apresentada pelo gestor judicial.