"Se os milhões de contos que foram disponibilizados nos últimos
anos de fundos comunitários, mas também do Orçamento de Estado
tivessem sido acompanhadas por medidas de fiscalização, muitas das
empresas desta região não tinham desaparecido". As palavras
são de Carvalho da Silva, secretário geral da CGTP, que na passada
quinta feira, participou no plenário dos trabalhadores da empresa Carveste
em Caria, no concelho de Belmonte.
Em menos de dois anos encerraram 19 empresas na região. Segundo o líder
sindical, a primeira medida que deve ser tomada é a da "responsabilização
e de não se criarem como válidas todas as argumentações
que os patrões fazem sobre as crises".
Os mais de 400 trabalhadores da Carveste vivem momentos difíceis devido
à incerteza sobre o futuro da empresa. A administração da
unidade fabril já apresentou a candidatura ao programa FACE. O objectivo
é que alguns trabalhadores frequentem acções de formação
a cargo do Instituto de Emprego e Formação Profissional de forma
a minorar os encargos financeiros da empresa.
Carvalho da Silva lembra que "se os trabalhadores tiverem que frequentar
acções de formação, os seus direitos e os seus salários
devem ser assegurados". Segundo Luís Garra, coordenador da União
de Sindicatos do distrito de Castelo Branco "a formação deve
ser fundamentada nas necessidades objectivas da empresa". Garra sublinha
que "as condições que levaram à candidatura da Carveste
ao FACE são as mesmas da Nova Penteação", onde o programa
já está em vigor.
A relação de dívidas da Carveste aprovada na semana passada
ascende ao 22 milhões de euros. No próximo dia 16 de Maio a Assembleia
de Credores reúne para apreciar a proposta de viabilização
da empresa apresentada pelo gestor judicial.
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