As instalações do novo núcleo museológico estarão concluídas a meio deste ano
Segundo núcleo do Museu de Lanifícios abre portas em meados deste ano
Novo edifício guarda antigos saberes

O espaço em recuperação vai albergar um segundo núcleo museológico, o Centro de Documentação, uma loja, uma cafetaria e um parqueamento automóvel.
O objectivo é continuar o trabalho que tem sido desenvolvido no domínio da conservação e recuperação do património industrial dos lanifícios.



Por Catarina Rodrigues


O edifício da antiga "Real Fábrica Veiga", junto à Ribeira da Goldra vai acolher já em meados deste ano, o segundo núcleo do Museu da Lanifícios da Universidade da Beira Interior. Para o final de 2003 está prevista a conclusão das obras das instalações do futuro Centro de Documentação/ Arquivo Histórico que será transferido para o mesmo local.
Elisa Pinheiro, directora do Museu considera que as obras estão a ser feitas a bom ritmo, mas lembra que "o conjunto edificado apresentava uma diversidade de estados de conservação que aconselharam o faseamento das obras e uma implantação de usos em consonância com esses estados".
A área localizada mais a Sul e Nascente encontra-se melhor conservada e destina-se à instalação do Núcleo Museológico da Industrialização. O edifício mais próximo da Real Fábrica de Panos vai acolher o Centro de Documentação e um parque de estacionamento para automóveis. Será ainda instalada uma loja do Museu e uma cafetaria que segundo Elisa Pinheiro "pode tornar-se num dos espaços socialmente mais emblemáticos deste equipamento, não só pela situação próxima da ribeira como por toda a sua envolvência".
A responsável acredita que a concretização deste projecto é da maior importância para o crescimento e consolidação do Museu de Lanifícios, recentemente considerado o melhor do País, que pode assim transformar-se "num equipamento cultural de real significado, tanto a nível regional como nacional". Também a Universidade da Beira Interior sairá beneficiada com esta obra. No entender de Elisa Pinheiro este poderá ser "o coroar de todo um percurso paradigmático no domínio da salvaguarda, conservação e recuperação do património industrial dos lanifícios".
As novas infra-estruturas estão vocacionadas para acolher um público diversificado como investigadores de diferentes áreas científicas, designers de tecidos e moda e visitantes-tipo de museus. A obra é financiada pelo programa FEDER, através do programa POE-Centro, AIBT- Área de Intervenção de Base Territorial da Serra da Estrela, da Comissão de Coordenação da Região Cento.


Melhores condições de trabalho

O Centro de Documentação irá ocupar um espaço pensado para as suas funções

O Centro de Documentação/Arquivo Histórico funciona actualmente num edifício cedido pela Reitoria, em instalações que pertenceram à empresa têxtil "José Paulo de Oliveira Júnior". O espaço revela-se insuficiente para responder às cargas de documentação recebidas e o trabalho não pode ser desenvolvido nas melhores condições. Daí a importância da mudança para as novas instalações.
Neste momento, o Centro de Documentação trabalha na higienização e inventariação do último grande fundo incorporado, o da Fábrica Campos Melo. Está também a realizar a inventariação do fundo têxtil da Fábrica de Cristiano Cabral Nunes (CIL) e a recolher dados técnicos do Fundo René Ferdinand Delimbeuf destinado à base de dados ARQUEOTEX. A par destes trabalhos é também feito um registo continuado de incorporações avulsas provenientes de sucessivas doações de documentos, objectos, máquinas e outros equipamentos para o novo núcleo museológico.


[Mais sobre a história deste edifício]