A Cooperativa Agrícola dos Olivicultores do Fundão (CAOF) prepara-se
para entrar numa nova etapa. A Direcção que tomou as rédeas
da instituição em Agosto último quer modernizar o Lagar e
a forma de gestão. O primeiro passo vai ser adoptar uma gestão empresarial
para dar resposta à competitividade do mercado.
Para os novos órgãos dirigentes, que tomaram posse quase em cima
do período de laboração, "este é o ano zero".
Por isso, vai ser feita uma auditoria à contabilidade da Cooperativa. A
actual Direcção afirma nada ter contra a anterior, mas vai adiantando
que "havia areias na engrenagem" e que "as coisas não funcionavam
como deviam". Segundo os novos dirigentes, "foram detectadas várias
anomalias que têm que ser esclarecidas".
Outro dos objectivos da Direcção é terminar as obras no lagar.
A estrutura sofreu trabalhos de modernização recentemente mas, segundo
os novos dirigentes, "as coisas não foram bem feitas. A estrutura
estava cheia de brechas e tivemos problemas de infiltrações de água
e inundações em várias zonas do edifício". Problemas
que já estão a ser resolvidos, mas que prejudicaram a produção
durante a última colheita. Ainda assim, adianta fonte da Direcção,
"no último ano foram transformados mais de mil e cem toneladas de
azeitona, que resultaram em 173 mil quilos de azeite". "Uma quantidade
insuficiente para fazer face às solicitações", reconhecem
os responsáveis, que adiantam ainda querer alargar a área de influência
da cooperativa a localidades mais a norte.
Para a próxima "temporada", a CAOF já está a preparar
uma campanha de promoção do azeite fundanense. E uma vez que a quantidade
não é muita, a aposta vai centrar-se na qualidade. Assim, já
estão preparados os novos rótulos, um para cada casta, ao contrário
do que acontecia até aqui, para dar uma nova imagem ao produto. Outra das
apostas a curto prazo, vão ser os azeites monovarietais. Uma vertente onde
vai ser importante a colaboração da Escola Superior Agrária
do Instituto Politécnico de Castelo Branco, na dinamização
do laboratório que no último ano não pôde trabalhar
a cem por cento. O objectivo é conquistar não só os mercados
fora da região, mas também os internacionais. Os responsáveis
da CAOF revelam já ter encetado contactos com diversas entidades junto
das comunidades lusófonas no estrangeiro e acreditam que a exportação
vai representar uma mais valia assinalável para os cerca de dois mil associados
da Cooperativa.
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