Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi



Com novos rótulos, a Cooperativa de Olivicultores pretende dar uma nova imagem do produto

A Cooperativa Agrícola dos Olivicultores do Fundão (CAOF) prepara-se para entrar numa nova etapa. A Direcção que tomou as rédeas da instituição em Agosto último quer modernizar o Lagar e a forma de gestão. O primeiro passo vai ser adoptar uma gestão empresarial para dar resposta à competitividade do mercado.
Para os novos órgãos dirigentes, que tomaram posse quase em cima do período de laboração, "este é o ano zero". Por isso, vai ser feita uma auditoria à contabilidade da Cooperativa. A actual Direcção afirma nada ter contra a anterior, mas vai adiantando que "havia areias na engrenagem" e que "as coisas não funcionavam como deviam". Segundo os novos dirigentes, "foram detectadas várias anomalias que têm que ser esclarecidas".
Outro dos objectivos da Direcção é terminar as obras no lagar. A estrutura sofreu trabalhos de modernização recentemente mas, segundo os novos dirigentes, "as coisas não foram bem feitas. A estrutura estava cheia de brechas e tivemos problemas de infiltrações de água e inundações em várias zonas do edifício". Problemas que já estão a ser resolvidos, mas que prejudicaram a produção durante a última colheita. Ainda assim, adianta fonte da Direcção, "no último ano foram transformados mais de mil e cem toneladas de azeitona, que resultaram em 173 mil quilos de azeite". "Uma quantidade insuficiente para fazer face às solicitações", reconhecem os responsáveis, que adiantam ainda querer alargar a área de influência da cooperativa a localidades mais a norte.
Para a próxima "temporada", a CAOF já está a preparar uma campanha de promoção do azeite fundanense. E uma vez que a quantidade não é muita, a aposta vai centrar-se na qualidade. Assim, já estão preparados os novos rótulos, um para cada casta, ao contrário do que acontecia até aqui, para dar uma nova imagem ao produto. Outra das apostas a curto prazo, vão ser os azeites monovarietais. Uma vertente onde vai ser importante a colaboração da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, na dinamização do laboratório que no último ano não pôde trabalhar a cem por cento. O objectivo é conquistar não só os mercados fora da região, mas também os internacionais. Os responsáveis da CAOF revelam já ter encetado contactos com diversas entidades junto das comunidades lusófonas no estrangeiro e acreditam que a exportação vai representar uma mais valia assinalável para os cerca de dois mil associados da Cooperativa.

 



Cooperativa contra mudança da APABI para Castelo Branco



A funcionar há vários anos na cidade, a Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI), constituída por várias cooperativas da região, está prestes a mudar-se de "armas e bagagens" para Castelo Branco. Uma situação que não agrada aos novos dirigentes da Cooperativa Agrícola de Olivicultores do Fundão (CAOF). Os responsáveis asseguram que havia condições para que a Associação permanecesse na cidade, até porque, sublinham, "sempre tiveram o apoio da Câmara Municipal".
Mas as divergências não se acabam por aqui. Os dirigentes fundanenses lembram que a Cooperativa é o associado com mais peso dentro da Associação, porque é a que tem o maior número de sócios e a que paga mais quota, mas o número de votos é igual ao de outras com menos representação. Actualmente a CAOF ocupa o lugar da vice-presidência e, revela, "não foi tida nem achada em algumas decisões tomadas". Segundo os responsáveis fundanenses, "a mudança da sede da APABI para Castelo Branco foi negociada com a autarquia albicastrense sem que os restantes parceiros tivessem conhecimento". Ainda assim, a Direcção da CAOF espera um esclarecimento da APABI para tomar uma posição definitiva em relação ao assunto.