A empresa atirou para o desemprego cerca de 500 pessoas
Eres
Afinal havia interessados em comprar a empresa




Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi


Ao contrário do que se supunha, houve mesmo quem estivesse interessado na aquisição, na totalidade, da empresa de confecções Eres, no Fundão. O dado é adiantado pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), de Lisboa, que, através do Sistema de Incentivos à Revitalização e Modernização Empresarial (SIRME), terá feito várias diligências junto dos interessados, no sentido de os sensibilizar para a compra total da empresa. Fonte do organismo revela que "de momento não existem negociações, dado que as tentativas para a compra da empresa sairam frustradas". A mesma fonte, no entanto, sublinha, "o IAPMEI estará atento para equacionar qualquer outra proposta que surja".
Recorde-se que a Eres acabou por ser vendida ao desbarato, para descontentamento, quer das ex trabalhadoras, quer do próprio Sindicato Têxtil da Beira Baixa. O leilão do património da empresa, que teve lugar no dia 23 de Janeiro, foi feito por lotes e rendeu 60 mil 330 euros. Um valor muito abaixo do pretendido, cinco milhões de euros.
Apesar de tudo, as antigas trabalhadoras e Sindicato ainda acreditam que a Eres possa reabrir. Foi essa convicção que os levou a manifestarem-se nas ruas do Fundão, no passado dia 6, e a pedir a intervenção política do presidente da Câmara, Manuel Frexes, para que entercedesse junto do Governo com vista a encontrar uma solução para a empresa. Porém, para o autarca fundanense "não vale a pena continuar a tentar salvar os despojos do naufrágio, porque, mais cedo ou mais tarde, vai ao fundo".

Processos de créditos sem nenhuma alteração

A resolução dos processos de falência de empresas como a Coviveste, Fiação Fiacove, J. Inácio da Conceição, J. Santos Pinto, Laniber, entre muitas outras, continua na mesma. "Até à data, a única coisa que está feita é a graduação dos créditos, algo que permite que os trabalhadores sejam os primeiros a receber aquilo a que têm direito", esclarece Luís Garra, do Sindicato Têxtil da Beira Baixa. "Mas da fase de notificação até ao pagamento vai uma certa distância, uma vez que os credores podem recorrer dessa graduação", acrescenta.
Recorde-se que aquando o protesto que juntou cerca de 100 trabalhadores daquelas empresas às portas do Tribunal da Covilhã, no dia 10 de Janeiro, ficou assente que os processos de falência iríam ser distribuidos por outros juízos. Uma forma de acelarar um processo que tem levado a que muitos trabalhadores esperem e desesperem há mais de dez anos pelas suas indemnizações.