Pode passar despercebida a muita gente. A sua
localização também ajuda a isso. Bem perto da Casa do Benfica
da Covilhã, quando se vai para a rua dos Bombeiros, existe uma cooperativa
há 25 anos. Não é de vinho, nem de azeite, mas sim de medicamentos.
Chama-se Farcentro e é, ao contrário do actual panorama económico
do distrito, um exemplo de sucesso.
Segundo um estudo realizado pelo Instituto António Sérgio do Sector
Cooperativo, a Farcentro foi, em 2003, a 31ª maior empresa cooperativa do País,
entre 100 seleccionadas de Norte a Sul de Portugal. E esta classificação
é tanto mais relevante se atendermos ao facto de, nesse ranking, não
figurar mais nenhuma empresa do distrito de Castelo Branco. Aliás,mais nenhuma
coopertiva em toda a Beira Interior.
Uma classificação que deixa satisfeita a actual directora da Farcentro,
Maria Manuela Carvalho, que salienta o 34º lugar obtido no ano passado e o
facto de, em termos nacionais, contando com outras empresas do sector não
cooperativo, a Farcentro também estar muito bem cotada. "É uma
empresa com 25 anos e sempre esteve sediada na Covilhã. Foi fundada por 10
sócios e agora tem 80 farmácias que lhe estão associadas"
explica Maria Manuela Carvalho. A directora da Farcentro salienta que esta classificação
é "um motivo de orgulho", sobretudo "numa altura em que há
um período de recessão. Isto revela que as multinacionais ainda não
avançaram tanto quanto desejariam".
A Farcentro é uma empresa de distribuição de medicamentos que
opera na Beira Interior, com maior incidência no distrito albicastrense e
que vai, muitas vezes, três vezes por dia abastecer farmácias. Conta
com 29 funcionários e uma extensa frota de carros. Segundo a sua directora,
a qualidade do serviço e a brevidade são duas das armas para o sucesso.
Multinacionais e genéricos preocupam
Uma das grandes preocupações da responsável da Farcentro
é a concorrência que estas cooperativas começam a sofrer de
multinacionais que se instalam no nosso País. "Há uma competição
selvagem. É que elas operam e todo o seu lucro é mandado para fora
do País. Connosco, isso não acontece. Em Portugal já existem
muitas farmácias que foram compradas por estas empresas. As cooperativas
têm outro espírito, que não visa o lucro" explica Maria
Manuela Carvalho. Para fazer face a esta concorrência, a Farcentro opta
por uma certa estabilidade nos preços dos medicamentos e em ter "uma
grande atenção às necessidades das farmácias. O nosso
serviço de estafetas é muito importante, pois as farmácias,
quando lhes falta algum produto, em pouco minutos voltam a tê-lo" afirma
a reponsável.
Apesar de ser a cooperativa de medicamentos mais pequena em Portugal e a única
que não está localizada no Litoral, o volume de vendas da Farcentro
"foi bom" em 2002, mas Maria Manuela Carvalho diz ser "muito difícil"
que o mesmo seja ultrapassado em 2003. Tudo, "por causa da agressividade
do mercado e por causa dos genéricos". Ciente de que estes medicamentos
trazem "mais vantagens para os utentes", a verdade é que a introdução
dos mesmos traz o mesmo trabalho há cooperativa, mas com menos ganhos.
Por isso, "esperamos por mais algumas dificuldades" explica a directora
da Farcentro.
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