Exemplo de sucesso na Covilhã
Farcentro entre as 100 maiores empresas cooperativas do País

Situa-se perto da Casa do Benfica, na Covilhã, e pode passar despercebida a muita gente. Porém, a Farcentro mostra ser um exemplo de sucesso e ocupa o 31º lugar, em 2002, no que diz respeito a empresas cooperativas de todo o País.


João Alves
NC/Urbi et Orbi


Pode passar despercebida a muita gente. A sua localização também ajuda a isso. Bem perto da Casa do Benfica da Covilhã, quando se vai para a rua dos Bombeiros, existe uma cooperativa há 25 anos. Não é de vinho, nem de azeite, mas sim de medicamentos. Chama-se Farcentro e é, ao contrário do actual panorama económico do distrito, um exemplo de sucesso.
Segundo um estudo realizado pelo Instituto António Sérgio do Sector Cooperativo, a Farcentro foi, em 2003, a 31ª maior empresa cooperativa do País, entre 100 seleccionadas de Norte a Sul de Portugal. E esta classificação é tanto mais relevante se atendermos ao facto de, nesse ranking, não figurar mais nenhuma empresa do distrito de Castelo Branco. Aliás,mais nenhuma coopertiva em toda a Beira Interior.
Uma classificação que deixa satisfeita a actual directora da Farcentro, Maria Manuela Carvalho, que salienta o 34º lugar obtido no ano passado e o facto de, em termos nacionais, contando com outras empresas do sector não cooperativo, a Farcentro também estar muito bem cotada. "É uma empresa com 25 anos e sempre esteve sediada na Covilhã. Foi fundada por 10 sócios e agora tem 80 farmácias que lhe estão associadas" explica Maria Manuela Carvalho. A directora da Farcentro salienta que esta classificação é "um motivo de orgulho", sobretudo "numa altura em que há um período de recessão. Isto revela que as multinacionais ainda não avançaram tanto quanto desejariam".
A Farcentro é uma empresa de distribuição de medicamentos que opera na Beira Interior, com maior incidência no distrito albicastrense e que vai, muitas vezes, três vezes por dia abastecer farmácias. Conta com 29 funcionários e uma extensa frota de carros. Segundo a sua directora, a qualidade do serviço e a brevidade são duas das armas para o sucesso.

Multinacionais e genéricos preocupam

Uma das grandes preocupações da responsável da Farcentro é a concorrência que estas cooperativas começam a sofrer de multinacionais que se instalam no nosso País. "Há uma competição selvagem. É que elas operam e todo o seu lucro é mandado para fora do País. Connosco, isso não acontece. Em Portugal já existem muitas farmácias que foram compradas por estas empresas. As cooperativas têm outro espírito, que não visa o lucro" explica Maria Manuela Carvalho. Para fazer face a esta concorrência, a Farcentro opta por uma certa estabilidade nos preços dos medicamentos e em ter "uma grande atenção às necessidades das farmácias. O nosso serviço de estafetas é muito importante, pois as farmácias, quando lhes falta algum produto, em pouco minutos voltam a tê-lo" afirma a reponsável.
Apesar de ser a cooperativa de medicamentos mais pequena em Portugal e a única que não está localizada no Litoral, o volume de vendas da Farcentro "foi bom" em 2002, mas Maria Manuela Carvalho diz ser "muito difícil" que o mesmo seja ultrapassado em 2003. Tudo, "por causa da agressividade do mercado e por causa dos genéricos". Ciente de que estes medicamentos trazem "mais vantagens para os utentes", a verdade é que a introdução dos mesmos traz o mesmo trabalho há cooperativa, mas com menos ganhos. Por isso, "esperamos por mais algumas dificuldades" explica a directora da Farcentro.