António Fidalgo

Objectivos claros da UBI


O Senado da UBI aprovou em reunião de 30 de Janeiro o Plano de Actividades para o corrente ano lectivo, tal como o estipulam a Lei e os Estatutos. Trata-se de um procedimento que se repete anualmente e, portanto, normal e rotineiro mesmo. E, no entanto, este plano de actividades, merece alguma atenção, nomeadamente quanto a alguns objectivos, nomeadamente o lançamento do concurso para o edifício da Faculdade de Ciências da Saúde e a entrada em funcionamento no próximo ano lectivo da nova residência estudantil, a Residência Pedro Álvares Cabral, na antiga Fábrica Roque Cabral, que quase vai duplicar o número de camas em residências universitárias.
Prioridade das prioridades da UBI este ano é de facto o edifício da Faculdade Ciências da Saúde. Quer queiramos quer não o destino da UBI prende-se no curto prazo com o sucesso ou o insucesso da sua mais recente faculdade. Assim, como a vinda da Medicina para a Covilhã, constituiu uma refundação da UBI, assim um eventual insucesso do curso de Medicina seria o descalabro para a universidade. Não se trata de exagero, mas de puro realismo. Ora para o sucesso da nova Faculdade muito contribuirão as novas instalações a construir junto ao Hospital da Cova da Beira. Há que lançar o concurso quanto antes. O novo edifício será um tónico para quem já ensina e estuda medicina, e será um atractivo para novos médicos e investigadores se deslocarem do Litoral para o Interior.
Além disso, a construção de um edifício de cerca de 20 milhões de euros, 4 milhões de contos, representa um investimento enorme para a economia da região. Potenciam-se as capacidades do hospital e dá-se uma nova dimensão à universidade na ocupação do espaço urbano da Covilhã. Com a entrada em funcionamento do 3º ano do Curso de Medicina, com a vinda de 100 novos alunos para o primeiro ano, em vez dos actuais 60 que entraram o ano passado e este ano, o lançamento do concurso é crucial para a Faculdade, para a UBI e para a região.
Também a entrada em funcionamento da nova e maior residência da UBI, no Pólo da Carpinteira, merece especial realce. Sendo já a UBI a universidade portuguesa com melhor cobertura de camas, a nova residência destacará ainda mais a UBI no apoio social aos seus alunos. E isto significa que a UBI tem reais possibilidades de captar alunos nos grandes centros do Litoral. Com efeito, aquilo que antes era visto como uma enorme desvantagem, a interioridade da Covilhã, é considerado hoje pelos alunos como uma vantagem. Inquéritos feitos aos alunos mostram que a cidade é um dos aspectos que apreciam em estudar na UBI. A qualidade de vida que aqui se desfruta, sobretudo a segurança, é uma mais valia extraordinária, que deve e tem de ser devidamente aproveitada pela UBI. A nova residência torna viável a apetência dos alunos por uma cidade universitária à escala humana, segura e sem o stress das grandes metrópoles.
Os objectivos da UBI são claros, resta desejar que o Governo Central não deixe de contribuir com os apoios necessários para a sua concretização.